Depois de mais de 16 horas de buscas, a polícia prendeu o primeiro suspeito envolvido na tentativa de assalto a uma transportadora de valores. O homem detido é da própria cidade e, segundo a investigação, está ligado à parte logística de fornecimento de armas à quadrilha, formada por cerca de 30 criminosos. O caso está sob apuração da Polícia Civil do Paraná. As buscas são feitas em uma área rural de Palmirinha, distrito de Guarapuava, na região central do Paraná.

Após a saída da cidade, o grupo formado por ao menos 30 homens fugiu em meio a mata da região. Pelo caminho, eles abandonaram os carros usados na fuga e armas, como fuzis e metralhadoras. Helicópteros da PM sobrevoam a zona rural à procura dos bandidos envolvidos na tentativa de assalto a uma transportadora de valores. Até agora, apenas uma pessoa foi presa. A ação criminosa registrada entre a noite de domingo (17) e a madrugada de hoje (18) causou um pânico geral no município. O prefeito de Guarapuava, Celso Goes, pede maior punição para os criminosos.

Cleber dos Santos mora a cerca de 100 metros do local. Ele conta que o som dos tiros deixou todos assustados

Ao menos dois policiais ficaram feridos na ação. Conforme a Polícia Militar (PM), os oficiais tiveram ferimentos nas pernas, cabeça e não correm risco de morte. Um morador também se feriu, foi atendido por socorristas e passa bem. A ação, que teve início ontem (domingo, 17) por volta das 22h, durou cerca de três horas. Segundo o secretário estadual da Segurança Pública, coronel Romulo Marinho Soares, não faltou poder de fogo para a polícia conter os criminosos

Para evitar a ação da polícia, eles incendiaram a delegacia da Polícia Civil e fecharam as entradas de Guarapuava com vários caminhões, para que reforço policial não tivesse acesso ao local. De acordo com testemunhas, os assaltantes chegaram a cortar o fornecimento de energia do município. Após esta ação, eles abriram fogo contra o Batalhão da Polícia Militar.

Os criminosos também espalharam carros e caminhões em diversos pontos da cidade para impedir a chegada de equipes da PM e da Polícia Rodoviária Federal. Alguns veículos chegaram a ser incendiados durante a ação. Diante de crimes parecidos ocorrendo em estados vizinhos como Santa Catarina e São Paulo, as forças de segurança admitiram que já previam ações como essa por aqui. Ainda conforme a polícia, alguns suspeitos foragidos estão feridos e podem oferecer risco a moradores da área rural. O alerta é que a população ajude os policiais denunciando situações suspeitas.

Em nota, a Protege, empresa alvo dos criminosos, confirmou que o grupo não conseguiu acessar o cofre. Além disso, a empresa reforçou que colabora com as autoridades. O Ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, se manifestou sobre o caso pela internet. Ele afirmou que reforços da Polícia Federal foram enviados ao município.

Além disso, o ministro afirma que um projeto de lei, que foi enviado ao legislativo em março deste ano, propõe que a pena máxima para crimes envolvendo organizações criminosas passe de oito para vinte anos de reclusão. Atualmente, além dos 60 integrantes do batalhão regional, outros 200 policiais atuam na cidade,especialmente no perímetro rural do município, em busca de mais suspeitos. Três helicópteros do Estado também estão dando suporte à operação, assim como equipes com cães. 

Reportagem Lorena Pelanda