Curitiba registrou, em 2022, o menor índice de adolescentes grávidas (entre 10 e 19 anos), de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, desde que essa avaliação começou a ser feita, em 1998. No ano passado, 6% das gestantes da capital paranaense eram adolescentes. No ano anterior, 6,6% das grávidas se encaixavam nessa faixa etária. O índice é menos da metade da média brasileira, de 13,6%, e menor que o do estado, de 11,1%, segundo dados de 2021, divulgados pelo Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos do Ministério da Saúde.
A secretária Municipal da Saúde de Curitiba, Beatriz Battistella Nadas, explica que a cidade foca o trabalho na prevenção para diminuir este índice.

Denise Leão Suguitane, diretora-executiva da ONG prematuridades indica que a maior causa da morte de crianças até 5 anos atualmente é o nascimento prematuro que está ligado à gravidez na adolescência. A gestação neste período é de risco não apenas para o bebê mas para as adolescentes.

Além disso, um estudo feito pela Universidade Federal do Espírito Santo, que avaliou 4.500 grávidas entre 12 e 19 anos em todo o Brasil, indicou que uma em cada 5 meninas que engravida na adolescência volta a repetir uma segunda gestação antes da idade adulta. Denise Suguitane indica que a gravidez neste período traz outros impactos para além da saúde da mãe e do bebê e que o problema precisa ser combatido com políticas públicas.

A ONG Prematuridade desenvolve ações políticas, sociais, campanhas de conscientização, ações beneficentes, capacitação de profissionais de saúde, colaboração em pesquisas, aconselhamento jurídico e acolhimento às famílias que tiveram bebês prematuros. Atualmente, a organização atende 6 mil famílias cadastradas, mais de 260 voluntários em 23 estados brasileiros.

Reportagem: Amanda Yargas