Cidades paranaenses têm atendimento prejudicado após desistência de profissionais no programa Mais Médicos
Sessenta vagas do programa Mais Médicos seguem abertas em 49 municípios do Paraná. Segundo o Ministério da Saúde, são vagas que foram preenchidas por médicos brasileiros, mas que desistiram da atuação. O déficit atinge principalmente cidades do interior, com menos de 20 mil habitantes, mas há também vagas em cidades como Londrina e Guarapuava – e até mesmo uma vaga na capital.
A falta de profissionais acontece após o fim da cooperação com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), em novembro do ano passado, quando os médicos cubanos deixaram o país. Em todo o Paraná, 458 vagas eram ocupadas por médicos cubanos. A cidade paranaense mais afetada foi Ponta Grossa, que perdeu 70% do quadro de médicos da atenção básica. Segundo a prefeitura, apenas duas vagas ainda estão abertas, mas já há novos profissionais em processo de contratação.
O município de Tamarana, no norte do Paraná, também está na lista de cidades com defasagem de médicos. Atualmente, a cidade conta com três equipes que atendem os 13.800 habitantes. O diretor municipal de ações em saúde, Leandro Feronato, diz que a ausência de um médico significa 25% da população desassistida. Para suprir a falta, o diretor explica que será necessário fazer uma contratação emergencial.
O diretor ainda lembra que não existe previsão de reposição do profissional por meio do programa Mais Médicos. Segundo Leandro Feronato, o Ministério da Saúde não deu prazo para que haja uma nova contratação.
Até o início de abril, 1.052 profissionais com CRM no Brasil saíram do Programa. Em nota, o Ministério da Saúde afirma que as vagas dos desistentes poderão ser ofertadas em novas fases do provimento de profissionais ainda em análise pelo Ministério da Saúde.
Reportagem: Ana Flavia Silva