Com chamada eletrônica, escolas do Paraná querem identificar e combater evasão escolar
O governo do Paraná lançou hoje (27) um programa para combater a evasão nas escolas estaduais. Professores de toda a rede pública têm agora um diário de classe eletrônico, e farão chamada por um aplicativo no celular. O sistema vai gerar relatórios diários e personalizados, que vão identificar imediatamente quais os alunos que não estão frequentando as aulas, ou em quais séries e escolas o problema é mais grave.
Antes do aplicativo, com os antigos livros de chamada, esse dado só ficava disponível de três em três meses. O novo sistema pretende ajudar as escolas e a secretaria da Educação a identificar onde está a evasão e definir ações imediatas para fazer com que esse aluno volte à sala de aula. O secretário da Educação, Renato Feder, diz que essa é uma ferramenta aparentemente simples, mas que pode orientar ações pedagógicas importantes contra a evasão escolar.
A evasão escolar não é um problema pequeno no Paraná: só no ano passado, 89 mil alunos abandonaram a escola no estado. É como se, a cada dia letivo, pouco mais de 440 jovens desistissem de ir às aulas. O secretário também enxerga nisso um problema de gestão pública.
A promotora Luciana Linero, do Centro de Apoio às Promotorias da Criança, do Adolescente e da Educação do Paraná, diz que a evasão escolar está diretamente relacionada à violência entre jovens. Uma pesquisa feita em 2017 em Curitiba mostrou que os maiores índices de violência estão exatamente onde há os maiores índices de abandono escolar.
Para a promotora, o sistema de chamada eletrônica implantado no Paraná é um bom primeiro passo, mas ainda há muito mais a ser feito para combater a evasão.
A secretaria da Educação diz que cada escola do Paraná terá um objetivo de frequência. O mínimo é de 85%. Com base nisso, os diretores e professores vão monitorar as faltas dos alunos, para garantir que a meta de frequência seja cumprida. A secretaria também vai acompanhar as escolas com os maiores índices de abandono. Nesses casos, o objetivo é agir junto com o Conselho Tutelar, o Ministério Público e as secretarias da Segurança e da Justiça.
Se for o caso, a escola pode acionar essa rede de proteção para ir atrás do estudante e verificar os motivos do abandono escolar. O governo vai oferecer treinamento e capacitação sobre o novo sistema para todos os núcleos regionais de educação até a semana que vem.
Reportagem: Estelita Carazzai