Com greve da Sanjotur, São José dos Pinhais autoriza veículos particulares a operarem nas linhas da empresa
Veículos particulares, de transporte escolar, vans e operadores de fretamento foram convocados pela Prefeitura de São José dos Pinhais a operar no trecho das 10 linhas que são de responsabilidade da Sanjotur, na cidade. Uma greve de motoristas e cobradores que teve início nesta quinta-feira (14), paralisa por tempo indeterminado as atividades da empresa.
Os veículos convocados para suprir a falta dos ônibus precisam ter um cadastro prévio e autorização para circular no transporte do município da Região Metropolitana. Eles podem cobrar até R$10 de tarifa. O valor da passagem na cidade custa R$ 4,05 no cartão e R$ 5,00 para pagamento em dinheiro.
Os veículos estão autorizados a operar em caráter emergencial nas linhas, até que a greve dos motoristas e cobradores chegue ao fim. Os trabalhadores reclamam dos sucessivos atrasos no pagamento dos salários pela empresa. A paralisação afeta diretamente 11 mil usuários que dependem do transporte público.
O secretário de urbanismo, transporte e trânsito de São José dos Pinhais, Lucas Grubba Pigatto, diz que a cidade foi tomada de surpresa com a greve.
Diferente do que acontece em Curitiba, a remuneração das empresas que operam os trajetos municipais de São José dos Pinhas é realizada exclusivamente com o valor arrecadado na cobrança da tarifa. Não há repasses ou aportes de dinheiro público no sistema.
Com a pandemia da Covid-19 e a diminuição de usuários no transporte público, as empresas passaram a reclamar prejuízo nos contratos. A Sanjotur entrou com um processo na justiça antes mesmo da pandemia, alegando um desequilíbrio financeiro com a operação.
Enquanto uma definição em relação a um eventual reequilíbrio do contrato da Sanjotur com o município de São José dos Pinhais não acontece, a empresa precisa seguir operando nas mesmas condições com as quais se comprometeu em 2010.
A manutenção da operação pela empresa, porém, parece dar os primeiros sinais de fadiga. O maior deles é a dificuldade no pagamento do salário dos funcionários. Segundo o sindicato que representa a categoria, a Sanjotur deveria ter pago os salários referentes a setembro até a última sexta-feira (8). Passados seis dias, o depósito ainda não foi feito.
Para o secretário, não cabe à prefeitura intervir na negociação entre os funcionários e a empresa. Ele diz que o Executivo tem feito o que está ao alcance, para reduzir os custos com a operação.
Enquanto não há uma decisão em relação a continuidade da greve, a prefeitura de São José dos Pinhais vai manter em operação os veículos de transporte escolar convocados em caráter emergencial. Os veículos operam nas 10 linhas de responsabilidade da empresa Sanjotur.
Reportagem: David Musso