Com média global mais alta, 2020 pode ser um dos três anos mais quentes da história
2020 pode ser o segundo ano mais quente da história. A análise é da Organização Meteorológica Mundial, com base em eventos como fortes ondas de calor, secas, incêndios florestais e furacões intensos. De acordo com a OMM, ao que tudo indica, este será o segundo ano mais quente desde 1850, quando os registros começaram, ficando atrás apenas de 2016. Mesmo com a menor movimentação nas ruas de todo o mundo, por causa da pandemia, e consequente diminuição da emissão de gases nocivos ao meio ambiente, de acordo com a advogada e mestre em desenvolvimento sustentável Olívia Ainbinder, não houve mudanças significativas – especialmente no Brasil.
O mês de novembro de 2020 revelou que as expectativas da OMM devem ser cumpridas. A temperatura média global da terra e da superfície do oceano alcançou 0,97 graus Celsius acima da média do século XX. Esta é a segunda maior temperatura registrada no mês – um pouco abaixo da marca de novembro de 2015 – e excede a agora terceira maior temperatura média observada em novembro de 2019. Os dados são dos Centros Nacionais de Informação Ambiental.Consultora de mudança do clima e sustentabilidade, Ainbinder destaca que essas alterações contribuem para outras mudanças: como a estiagem enfrentada pela região sul do país e temporais cada vez mais severos.
Os primeiros 11 meses de 2020 foram os mais quentes já registrados no Hemisfério Norte, superando o recorde anterior estabelecido em 2016 em 0,09 de grau 0,05 de graus Celsius. O hemisfério sul teve o quinto ano mais quente já registrado. Infelizmente, o aumento das temperaturas não tem freado – o que indica um permanente aquecimento a cada ano.
Os impactos estão por todo o mundo: o calor excepcional também fez com que a cobertura de gelo do mar Ártico derretesse para a segunda menor cobertura registrada em novembro, atrás de 2016. Ela ficou 16% abaixo da média entre 1981 e 2010.