Comissão de Ética da Câmara Federal arquiva processo contra deputado paranaense condenado na Lava Jato

 Comissão de Ética da Câmara Federal arquiva processo contra deputado paranaense condenado na Lava Jato

Foto: Erasmo Salomão/MS

Foto: Erasmo Salomão/Ministério da Saúde

Por 8 votos a 4, o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados decidiu arquivar os dois pedidos de cassação contra o deputado Nelson Meurer, do PP do Paraná. Isso significa que o caso está encerrado na Casa, uma vez que a possibilidade de recurso para que o assunto seja levado para discussão em Plenário até existe, mas isso nunca aconteceu. Meurer foi o primeiro parlamentar a ser condenado pelo Supremo Tribunal Federal em um processo relacionado à Operação Lava Jato, mas segue representando o estado no Legislativo federal até 31 de dezembro.

De acordo com o relator do processo no conselho, deputado Mauro Lopes (MDB-MG), as representações da Rede e do PSOL, que pediam a cassação do paranaense, não poderiam ser levadas em conta porque os atos apontados como indecorosos teriam sido cometidos, “em tese”, antes do início do atual mandato. O resultado foi lido pelo presidente do conselho, deputado Elmar Nascimento, do Democratas da Bahia.

O voto do deputado Mauro Lopes, apresentado em setembro, não foi uma surpresa. Isso porque, em mais de 20 processos nos quais ele atuou, o posicionamento foi sempre o mesmo: contra a cassação e a favor do arquivamento da ação. No caso do colega paranaense, o argumento do deputado mineiro foi o de que o caso de Meurer exigia cautela já que o processo contra ele ainda não transitou em julgado.

O paranaense foi condenado em maio deste ano pela Segunda Turma do STF pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Ele recebeu uma pena de 13 anos, 9 meses e 10 dias de prisão em regime fechado, mas recorre em liberdade. De acordo com a Procuradoria-Geral da República, pelo menos 161 repasses de dinheiro ilícito foram feitos a Meurer e ao PP entre 2006 e 2014 dentro do esquema investigado na Operação Lava Jato. A soma chega a quase R$ 358 milhões.

Segundo a denúncia, Nelson Meurer teria cometido os crimes ao apoiar e manter Paulo Roberto Costa na diretoria da Petrobras e permitir as fraudes em benefício do partido dele. Ele nega as acusações. O próprio Mauro Lopes já foi citado em uma lista de contribuições irregulares da Odebrecht feitas entre 2008 e 2014. O documento foi entregue à Justiça pelo ex-executivo da empreiteira, Benedicto Barbosa da Silva Júnior, que firmou acordo de colaboração com a força-tarefa.

Pelo relato dele, o parlamentar mineiro – que tinha o apelido de “Cintinho” – teria recebido R$ 50 mil em 2010 em troca da proposição e defesa de projetos de interesse da empresa. Mesmo assim, ao menos por enquanto, Lopes não é investigado e nega qualquer participação em crimes.

Reportagem: Daiane Andrade

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