Conselho da UFPR aprova moção em defesa da liberdade e repudia atos de violência

 Conselho da UFPR aprova moção em defesa da liberdade e repudia atos de violência

(Foto: divulgação/UFPR)

(Foto: divulgação/UFPR)

O Conselho Universitário (Coun), órgão máximo da Universidade Federal do Paraná, aprovou por unanimidade nesta quarta-feira (17)  uma moção em defesa da liberdade, da democracia e da universidade pública. O texto repudia qualquer tipo de violência, manifesta preocupação com o atual momento político-eleitoral do Brasil e reafirma a posição histórica da UFPR em defesa da Constituição e de princípios como a democracia, o livre debate e o pensamento sem interdições. A discussão foi promovida no Conselho depois de notícias de atos de violência e de proibição de debates, inclusive no ambiente universitário.

Na terça-feira passada (9), um homem de 26 anos foi agredido em frente à Biblioteca Central da Universidade Federal do Paraná por um grupo de rapazes que usava camisas da torcida organizada Império Alviverde, do Coritiba. Testemunhas e a própria vítima, que vestia um boné do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), relataram que a confusão começou por divergências políticas.

Na moção aprovada nesta quarta-feira, o Conselho Universitário da UFPR manifesta preocupação com o crescimento de uma onda de intolerância, de irracionalidade e de boataria, em detrimento da sensatez, da ponderação e da informação qualificada. De acordo com o texto, liberdades que o País custou a reconquistar voltam a ser ameaçadas, inclusive na Universidade, que é, por vocação, um espaço de livre debate, de tolerância e de respeito ao contraditório.

Nesta semana, o Diretório Central dos Estudantes da Universidade Federal do Paraná precisou recorrer à Justiça para derrubar uma ordem judicial que proibia um evento nas dependências da Reitoria. A reunião foi anunciada depois da agressão registrada em frente à Biblioteca Central. Para o Conselho Universitário, episódios de violência, tentativas de restrição ao direito de reunião e manifestações anônimas de cunho autoritário e antidemocrático (como inscrições em paredes e muros) já foram registrados nos espaços da instituição.

O texto da moção repudia qualquer tipo de violência, física ou simbólica, e afirma que a universidade vai agir para que sejam apuradas as denúncias que eventualmente receber, assim como para acolher e apoiar vítimas de qualquer forma de violência.

Confira a íntegra do documento:

MOÇÃO DO COUN EM DEFESA DA LIBERDADE, DA DEMOCRACIA E DA UNIVERSIDADE  PÚBLICA Atenta ao atual momento político-eleitoral do País, a Universidade Federal do Paraná vem a público para reafirmar sua posição histórica em defesa da Constituição e seus princípios fundacionais como a democracia, os direitos fundamentais, em particular, o livre debate e o pensamento sem interdições.

Nos últimos meses, assistimos com preocupação ao crescimento de uma onda de intolerância, de irracionalidade e de boataria, em detrimento da sensatez, da ponderação e da informação qualificada. Nesse cenário, liberdades que o País custou a reconquistar voltam a ser ameaçadas, inclusive na Universidade, que é, por vocação, um espaço de livre debate, de tolerância e de respeito ao contraditório. Lamentavelmente, episódios de violência, tentativas de restrição ao direito de reunião e manifestações anônimas de cunho autoritário e antidemocrático (como inscrições em paredes e muros) já foram registrados em nossos espaços.

A UFPR repudia veementemente qualquer tipo de violência, física ou simbólica, e agirá para que sejam apuradas as denúncias que eventualmente receber, assim como para acolher e apoiar vítimas de qualquer forma de violência. Temos a convicção de que o caminho que nos levará a um futuro melhor passa necessariamente pela ciência e pela educação.

É pela educação que edificaremos uma nação mais justa e desenvolvida – jamais pela manipulação de informações, pela desqualificação do outro, pelo desrespeito ao diferente e pela restrição de liberdades.

A UFPR coloca-se mais uma vez como um espaço de resistência à violência e como guardiã dos valores democráticos e civilizatórios, do estado laico, e do respeito a uma cultura de garantias de direitos humanos.

Sala das Sessões, em 17 de outubro de 2018.

Ricardo Marcelo Fonseca

Presidente

 

Reportagem: Lenise Klenk

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