Conselho de Ética absolve Nelson Justus na Assembleia
O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Assembleia Legislativa rejeitou a denúncia do Ministério Público do Paraná contra deputado estadual Nelson Justus (DEM). Em reunião realizada no final da tarde desta quinta-feira (23), o Conselho de Ética resolveu acatar o parecer do relator, deputado Missionário Ricardo Arruda (PSC), rejeitando ofício e documentos encaminhados pelo Ministério Público como representação ou denúncia contra o deputado Nelson Justus por irregularidades que teriam ocorrido durante a gestão dele na presidência da Casa, entre 2007 e 2010.
O deputado estadual Nelson Justus foi denunciado criminalmente pelo Ministério Público por formação de quadrilha, peculato, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro. A denúncia se refere ao período entre 2003 e 2010, quando o político presidia a Assembleia Legislativa do Paraná.
Além do parlamentar, outras trinta e uma pessoas são acusadas de envolvimento em irregularidades, incluindo o ex-diretor-geral da Alep Abib Miguel, o Bibinho. Ele é citado por falsidade ideológica. A suspeita é de que o deputado, junto com assessores, facilitava a contratação de funcionários fantasmas para desviar dinheiro público. A denúncia também relata casos de servidores lotados na presidência da Casa que trabalhavam, na verdade, como agentes políticos do deputado no interior do Estado, o que caracteriza a prática de peculato.
Além disso, o MP também acusa o parlamentar e os assessores dele de lavarem dinheiro com a compra e venda de veículos. As irregularidades se tornaram públicas em 2010, no escândalo que ficou conhecido como “Diários Secretos”, descoberto e publicado em uma série de reportagens do jornal Gazeta do Povo.
A fraude pode ter gerado um prejuízo de aproximadamente 200 milhões de reais aos cofres públicos. A denúncia do MP, que foi oferecida no dia 12 de fevereiro, tem mais de 300 páginas e está em fase de notificação dos acusados para apresentação de defesa.