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Mirian Gasparin

Redução da alíquota de importação do aço pode diminuir o impacto no custo da construção

 Construtoras do Paraná tentam reduzir valor da importação do aço

Imagem: Pixabay

A redução da alíquota do imposto de importação sobre o vergalhão de aço de 10,8% para 4% foi bem recebida pelos empresários da construção civil do Paraná. Eu conversei com o presidente do Sinduscon, Rodrigo Assis, e ele me disse que a medida vai diminuir consideravelmente o impacto do aumento expressivo do custo da construção e fazer com que a indústria de siderurgia nacional reveja os seus preços. Além do que ajudará a regular o mercado.

O presidente do Sinduscon informa que os preços do aço estão em trajetória ascendente desde o início da pandemia e já era aguardado um novo reajuste na casa de 4% para o final deste mês.

Rodrigo Assis me adiantou que já na próxima semana a entidade começará as tratativas para fomentar a terceira importação de aço da Turquia. Vale lembrar que em 2020 e 2021 o Sinduscon do Paraná formou um consórcio de construtoras paranaenses associadas ao Sindicato e através da Cooperativa da Construção Civil do Estado de Santa Catarina, a Coopercon/SC,  importou dois lotes, num total de 40 mil toneladas de aço. 

Eu perguntei ao presidente do Sinduscon se o dólar acima de R$ 5, somado a uma alíquota de 4% do imposto de importação, mais o preço do frete marítimo, tornaria o aço importado mais caro que o nacional, e ele me explicou que ainda assim compensa comprar o insumo da Turquia. A única desvantagem é o tempo de entrega que é de 90 dias. No caso da indústria nacional de aço, os pedidos são entregues num prazo de 20 a 30 dias, porém sem garantia de preço.

O aço é o insumo que tem o maior impacto de preço na construção. Um estudo realizado pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção aponta que entre julho de 2020 e janeiro de 2022, o preço do aço teve um impacto entre 19% e 22% no custo total de um prédio. No caso da construção de pontes, o impacto é ainda maior e segundo o estudo da CBIC pode chegar a 59%.

Eu perguntei ao presidente do Sinduscon como o setor está se comportando este ano e ele me explicou que embora a venda de imóveis tenha apresentado uma ligeira retração em função da alta dos juros, os empreendimentos continuam sendo tocados normalmente pelas construtoras. É que no ano passado, em Curitiba, houve um recorde de lançamentos imobiliários, e os projetos estão sendo viabilizados. Agora, se a alta dos principais  insumos persistir, não está descartada a possibilidade de as construtoras diminuírem o ritmo das obras, ou mesmo abortarem os projetos.

Confira abaixo o áudio com a coluna de hoje:

Mirian Gasparin

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