Covid causou mais mortes em regiões mais poluídas
Estudo feito por pesquisadora da UFPR mostrou relação entre partículas em suspensão e mortes
A infecção de covid-19 causou 7 vezes mais mortes em locais onde a poluição é mais elevada em Curitiba. A análise é da engenheira ambiental Gabriela da Costa, pesquisadora da UFPR, que correlacionou a quantidade de material particulado fino e o índice de mortes em diferentes regiões da capital e também da cidade de Araucária.
Regiões mais industrializadas e povoadas de Curitiba, que apresentam maior poluição, também tiveram maior mortalidade pela Covid-19. Na área da CIC e na cidade da região metropolitana, a mortalidade da Covid-19 foi de 5,8%, já na região do Cajuru, foi de 0,8%, como aponta a pesquisadora.
Para o estudo na capital paranaense, a poluição foi medida por meio do material presente no ar, que inclui poeira, fumaça e outros elementos em suspensão por causa do tamanho reduzido. A identificação destas partículas foi feita por sensores. O material particulado fino é aquele com tamanho aproximado de 2,5 μm (micrômetros), ou seja, 28 vezes menor que a espessura de um fio de cabelo. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) 99% da população global vive em áreas onde a atmosfera tem níveis de poluentes acima do normal.
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Na pesquisa feita na capital paranaense, todas as regiões da cidade apresentaram índices de poluição superiores ao recomendado.
De acordo com o último Estudo de Carga Global de Doenças, feito em 2019, a poluição do ar foi responsável por 6,67 milhões de mortes no mundo naquele ano. Por isso a pesquisadora indica que este estudo deve servir de alerta para os gestores públicos.
O estudo também mostrou que a região do Pinheirinho, onde há o menor Índices de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) e renda per capita do município de Curitiba, apresentou o maior índice de mortalidade da cidade, reforçando que as condições socioeconômicas tiveram papel fundamental no acesso à saúde durante à pandemia.
Reportagem: Amanda Yargas