Criminosos ligados à máfia italiana são presos no PR
Os investigados são suspeitos de traficar cocaína para a Europa, através do Porto de Paranaguá
Criminosos ligados à máfia italiana e especializados no envio de remessas de cocaína para a Europa são presos e têm endereços alvos de mandados de busca nesta quinta-feira (24) no Paraná, Santa Catarina e São Paulo. Segundo a Polícia Federal (PF), também foram decretadas medidas patrimoniais de sequestro de imóveis, bloqueio de bens e valores existentes nas contas bancárias e aplicações financeiras dos investigados, que totalizam um valor estimado de aproximadamente R$ 55 milhões.
Conforme as investigações, os criminosos utilizavam de métodos variados para enviar carregamentos de cocaína a países da Europa, por meio do Porto de Paranaguá, no litoral, como: a inserção da droga por mergulhadores em compartimento submerso do navio (“sea chest”), ocultação em contêineres sem conhecimento do exportador, além da ocultação no maquinário refrigerador dos contêineres. Ainda segundo a PF, a ação dos criminosos é monitorada desde 2019. De lá pra cá, foram realizadas 80 apreensões no Brasil e no exterior que totalizam, aproximadamente, 21 toneladas de cocaína.
Durante os trabalhos foram realizados ainda dois procedimentos de entrega controlada em conjunto com a França, que deu às autoridades francesas a oportunidade de acompanhar o recebimento da cocaína em solo europeu, com a identificação do grupo criminoso responsável pela retirada da droga no Porto de Le Havre, resultando na prisão dos envolvidos e apreensão de pistolas e fuzis, além da droga remetida. Ainda segundo a polícia, o vínculo direto com a máfia italiana, se dá por outra organização criminosa da região da Calábria, que contrata a logística executada pelos investigados em Paranaguá para enviar os carregamentos de cocaína até os portos da Europa, em especial o porto italiano na região na qual detém predomínio nas ações criminosas.
A polícia informou ainda que os criminosos alvos da operação de hoje (quinta-feira, 24 também se caracterizam pela extrema violência durante as ações, havendo inclusive a descoberta de homicídios. Ao todo foram expedidos 17 mandados de prisão e 86 mandados de busca e apreensão para cumprimento nos Estados do Paraná, Santa Catarina e São Paulo.
Os investigados, se condenados, podem responder pelos crimes de tráfico internacional de drogas, com penas que podem chegar até 25 anos de reclusão para cada ação perpetrada, bem como pelos crimes de pertinência a organização criminosa e associação para fins de tráfico, que podem chegar a 24 anos de prisão.