Nesta quarta-feira, 20 de novembro, o Dia da Consciência Negra será celebrado pela 1ª vez como feriado cívico nacional.

Até o ano passado, pouco mais de 1.200 cidades lembravam da data, que remete ao dia da morte de Zumbi, o líder do Quilombo dos Palmares, e destaca o papel do povo negro na construção cultural, econômica e social no Brasil.

Para a advogada Guízela Oliveira, a educação é um dos principais pilares da luta pela igualdade racial.

Os negros, que totalizam pretos e pardos, representam 55,5% da população brasileira – 112,7 milhões de pessoas em um universo 212,6 milhões. Segundo o Anuário de Segurança Pública, o número de casos de racismo no Brasil aumentou 127% e as ocorrências por injúria racial 13,5% no último ano.

O especialista em direito penal, Sérgio Javorski, detalha que o Dia da Consciência Negra é uma oportunidade para a população refletir sobre a permanência de práticas discriminatórias.

De acordo com uma lei de 1989 (7.716), racismo é crime no Brasil. Já uma lei sancionada em 2023 (14.532) aumenta a pena de injúria relacionada a raça, cor, etnia ou procedência nacional. Com a norma, quem proferir ofensas poderá ser punido com reclusão de dois a cinco anos. Antes, a pena máxima era de três anos.

Dia da Consciência Negra em Curitiba

Esta é 1ª vez que Curitiba celebra o Dia da Consciência Negra. No início do ano, a Prefeitura inaugurou a escultura de bronze de Enedina Alves Marques, uma homenagem à primeira engenheira negra do Brasil.

Filha de doméstica e lavrador, Enedina trabalhou como professora no interior do estado até se graduar com 32 anos. A curitibana se formou pela Universidade Federal do Paraná em 1945.

Como engenheira, coordenou o Plano de Recursos Hidrelétricos do Paraná e foi mentora do projeto da Usina Capivari Cachoeira, na Serra do Mar, entre Campina Grande do Sul.

Nascida em 1993, a engenheira completaria 110 anos no ano passado e chegou a ser homenageada na página principal de buscas do Google.

Reportagem: Mirian Villa