Um plano que envolve a conservação da Mata Atlântica pode zerar as emissões de gás carbônico de grandes construções no País.  Uma empresa de Curitiba lançou neste ano o primeiro empreendimento multirresidencial do país que promete zerar as emissões de gases do efeito estufa relacionadas à fase de construção.  O plano prevê compensar 100% das duas mil seiscentas e quarenta toneladas de CO2 emitidas na obra do Árten, edifício residencial lançado na cidade.

A redução do impacto ambiental será feita por meio de investimentos para a manutenção dos estoques de carbono na Reserva Natural das Águas, em Antonina, no Litoral norte do Paraná. A região tem o maior remanescente contínuo do bioma Mata Atlântica do mundo. Como forma de compensação, serão preservados 50 mil metros quadrados de floresta.

O plano é oferecido pela SPVS, a Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental. A responsável pela execução do projeto Carbono Zero, Júlia Berticelli Basso, da empresa RAC Engenharia, garante que o projeto anula todas as emissões produzidas na construção:

Como parâmetro de compensação, isso equivaleria, por exemplo, ao plantio de aproximadamente 13 mil e duzentas. O engenheiro civil Gabriel Falavina, diretor de desenvolvimento imobiliário da Altma Incorporadora, afirma que o retorno dos consumidores estimula o setor a adotar boas práticas ambientais.

A analista de processos ambientais da SPVS, Natasha Choinski, destaca que o projeto utiliza uma das formas mais fáceis de capturar o carbono, que é a preservação das florestas naturais:

Uma consultoria internacional especializada foi contratada para realizar uma Avaliação de Ciclo de Vida do projeto. Além de calcular a quantidade das emissões da fase de construção, a ACV propõe uma série de medidas, que incluem reutilização e reciclagem, uso de equipamentos de ar condicionado que utilizem um gás menos agressivo ao meio ambiente, entre outras.

Reportagem: Angelo Sfair