Defesa de Lula vê manobra de perseguição política em nova denúncia da Lava Jato
A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva considera uma manobra de perseguição política a nova denúncia apresentada por procuradores da Lava Jato de São Paulo. Para a Força Tarefa, Lula e o irmão dele, o sindicalista do setor petroleito Frei Chico, cometeram crimes de corrupção passiva continuada ao receber benefícios da Odebrecht em troca de favorecimentos à empreiteira em negócios com o governo federal.
Em nota divulgada nesta segunda-feira (9), o advogado Cristiano Zanin Martins diz que a repetição das mesmas e descabidas acusações em processos diferentes comprova que Lula é vítima de abuso das leis e dos procedimentos jurídicos para promover perseguição política. Segundo Zanin, a denúncia oferecida nesta segunda-feira (9) em São Paulo repete acusações já apresentadas em outras ações penais contra o ex-presidente, como a que apura a suposta destinação de um imóvel ao Instituto Lula.
Os procuradores da Lava Jato também denunciam os donos da Odebrecht, Emilio e Marcelo Odebrecht, e o ex-diretor da empresa, Alexandrino de Salles Ramos Alencar, por corrupção ativa continuada. Segundo o Ministério Público, entre 2003 e 2015, Frei Chico recebeu R$ 1,131 milhão em “mesadas” pagas pela empreiteira. A defesa de Lula afirma que o ex-presidente jamais ofereceu ao Grupo Odebrecht qualquer “pacote de vantagens indevidas”. O advogado afirma que a denúncia não descreve e muito menos comprova qualquer ato ilegal praticado pelo ex-presidente.
Para Zanin, o Ministério Público recorre ao subterfúgio do “ato indeterminado”, numa espécie de curinga usado para multiplicar acusações descabidas contra Lula. O ex-presidente também afirma que jamais pediu qualquer vantagem indevida para si próprio ou para qualquer de seus familiares. A nota relembra ainda que a denúncia foi divulgada um dia depois de revelações feitas pelo jornal Folha de S. Paulo de atuação ilegal da Lava Jato contra Lula.
Reportagem: Lenise Klenk