O policial militar acusado de matar um motociclista na BR-277 e plantar uma arma para simular um confronto muda a versão e admite que “realocou” o revólver. O caso aconteceu no dia 21 de abril, em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba.

O soldado Wanderson Teixeira Rigotti é acusado de matar Leandro Pires após uma perseguição. A defesa do policial sustenta que houve confronto; o Ministério Público do Paraná (MP-PR) argumenta que o motociclista não estava armado, e que houve uma execução seguida de fraude processual.

O advogado que representa Wanderson afirma que a nova versão foi apresentada espontaneamente com o objetivo de “esclarecer a dinâmica dos fatos”. De acordo com Jeffrey Chiquini, há uma justificativa para Teixeira Rigotti ter colocado a arma sob o corpo da vítima:

O defensor detalha qual é a versão que Wanderson apresentará à Justiça:

De acordo com Jeffrey Chiquini, o policial militar não viu que havia acertado Leandro Pires. Mesmo ferido – segundo a versão do PM – o motociclista teria conseguido manobrar de alguma forma sobre o canteiro central da BR-277, passando para o sentido contrário da rodovia:

Teria sido neste momento, “dominado pelo estresse”, que Wanderson Teixeira Rigotti alega ter retornado ao ponto onde ele alega ter havido o confronto:

O soldado Wanderson Teixeira Rigotti é acusado pelos crimes de homicídio e fraude processual. O PM foi preso preventivamente no dia 3 de junho, por determinação da juíza Luciani Regina Martins de Paula, da 1.ª Vara Criminal de São José dos Pinhais. O processo corre em segredo de Justiça. Outro réu do processo é o policial Jeferson dos Santos, que responde por fraude processual.

A juíza começa a ouvir as testemunhas do caso a partir do dia 3 de setembro. Depois, será a vez de Wanderson Texeira Rigotti ser interrogado. O policial militar deve apresentar à Justiça essa mesma versão relatada pela defesa, confessando que “realocou” a arma, mas sustendo a tese de que houve confronto.

Reportagem: Angelo Sfair