Política

Defesa de Richa pede que ele seja transferido para sala de Estado Maior

 Defesa de Richa pede que ele seja transferido para sala de Estado Maior

(Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

A defesa do ex-governador do Paraná, Beto Richa, pediu que o investigado seja transferido do Complexo Médico Penal, em Pinhais na grande Curitiba, para uma sala de Estado Maior, por conta do cargo público que ocupou. O ex-governador foi preso pela terceira vez, agora no âmbito da Operação Quadro Negro, que apura desvios de mais de R$ 22 milhões de verbas que seriam destinadas a construção e reforma de escolas públicas. Segundo as apurações, Richa teria tentado comprar o silêncio do ex-diretor da Secretaria Estadual de Educação, Maurício Fanini, que recentemente fechou acordo de delação premiada.

A defesa justifica o pedido alegando que a medida é prevista em lei. A sala de Estado Maior fica instalada no Comando das Forças Armadas ou em outras instituições militares e se difere de uma cela comum, já que não tem grades e nem portas fechadas pelo lado de fora. Das outras vezes que foi preso, Richa permaneceu no Regimento da Polícia Montada, no Tarumã, em Curitiba. A decisão cabe agora ao juiz da 9ª Vara Criminal de Curitiba, Fernando Bardelli Fischer, responsável pela decretação da prisão.

Para o Ministério Público Estadual, Richa seria o chefe da organização criminosa e o principal beneficiado com o esquema de recebimento de propinas. O coordenador do Gaeco, procurador Leonir Batisti, alega que as prisões são justificadas pela comprovação dos encontros relatados por Fanini e que teriam ocorrido entre 2015 e 2017 logo após a deflagração da Quadro Negro.

Na decisão que decretou a prisão, juiz imputa a prática dos crimes de organização criminosa, corrupção passiva, fraude à licitação e obstrução de investigação. O tucano já foi alvo das operações Rádio Patrulha – que investiga irregularidades em um programa de obras em estradas rurais – e Integração – desdobramento da Lava Jato que investiga a concessão rodovias federais no Paraná.

Ele foi solto e recebeu salvo-conduto nas duas investigações, uma concedida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, e outra pelo presidente do Superior Tribunal de Justiça, ministro João Otávio de Noronha. Batisti destaca que a decisão de prender Richa desta vez foi informada ao ministro Luiz Fux, relator do caso no STF.

Segundo o procurador, a ex-primeira-dama Fernanda Richa também é investigada no esquema, mas não houve a necessidade de prendê-la neste momento. Foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão nas casas dos investigados, incluindo nas duas residências de Richa no litoral – uma no Paraná e outra em Santa Catarina. Os policiais apreenderam U$ 1.000 em espéciee pertences de alto valor, como relógios e canetas. Desencadeada em 2015, a Operação Quadro Negro apura desvios de verba em pelo menos 14 obras.

Segundo uma auditoria do Ministério Público, pelo menos 20 mil estudantes foram afetados diretamente pelo desvio de verbas da educação no Paraná.Na delação homologada pelo Tribunal de Justiça (TJ-PR), em fevereiro, Fanini também apresenta fotos de Beto Richa tomando champanhe com amigos empresários. Eles participam de um festa na piscina do hotel Delano, em Miami, onde as diárias custam até R$ 15 mil.

A farra, segundo Fanini, teria sido bancada com as sobras do dinheiro desviado. Em nota divulgada à imprensa, a defesa de Beto Richa afirma que a prisão não tem qualquer fundamento e que todos os fatos já foram esclarecidos. Alega ainda que fraudes e desvios em obras de escolas foram descobertos e denunciados pela própria gestão de Richa. A defesa repudia o que chamou de “processo de perseguição ao ex-governador e a seus familiares”.

Reportagem: Juliana Goss

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