Delegacia de crimes antigos esclarece 114 casos em 2022
De três anos para cá, 200 inquéritos foram concluídos e encaminhados para a Justiça
114 crimes esclarecidos. Números que colocam o ano de 2022 como o mais produtivo da história da Delegacia de Homicídios de Maior Complexidade (DHMC) da Polícia Civil do Paraná.
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Criada em 2014 para a investigação de crimes antigos ocorridos em Curitiba, são direcionados para a unidade casos considerados mais complexos e que não foram solucionados dentro do período de dois anos na delegacia de origem.
Além disso, a delegacia também ficou responsável pela elucidação de casos mais antigos. Segundo o delegado titular da unidade, Marcos Fernando da Silva Fontes, são crimes que envolvem dificuldades ligadas à dinâmica dos fatos, depoimentos controversos e outras peculiaridades.
Nos últimos oito anos foram centenas de investigações solucionadas. Para se ter uma ideia, de três anos para cá, mais de 200 inquéritos foram concluídos e encaminhados para a Justiça. Alguns de grande repercussão, como o assassinato da menina Raquel Genofre, ocorrido em 2008.
O homicídio da menina de 8 anos foi solucionado 11 anos depois, graças ao cruzamento de dados no Banco Nacional de Perfis Genéticos. Outro exemplo foi a solução do homicídio de Adriano Peres da Silva, ocorrido em abril de 2012, no bairro Bacacheri. A elucidação, nove anos depois, foi possível devido à localização de novas testemunhas, que sob a condição de anonimato, forneceram informações determinantes para a conclusão do caso.
O Paraná é o único estado brasileiro que conta com uma delegacia especializada em crimes antigos. Uma iniciativa que vem ganhando destaque a nível nacional, como o reconhecimento durante o 3º Encontro Nacional de Diretores de Departamento de Homicídios, realizado em dezembro do ano passado.
A DHMC, além de contar com uma equipe de policiais especializada, também utiliza importantes ferramentas tecnológicas. Uma delas é o Sistema AFIS Criminal, do Instituto de Identificação do Paraná (IIPR), que faz o cruzamento de impressões digitais encontradas em cenas de crimes com o novo banco de dados nacional.
Outro exemplo é o Sistema Nacional de Análise Balística (Sinab), que faz um confronto digital entre armas apreendidas e estojos recolhidos em crimes antigos.
Reportagem: Vanessa Fontanella