Depoimento de Gilberto Gil encerra fase de testemunhas em processo do sítio de Atibaia
O depoimento do músico e ex-ministro da Cultura Gilberto Gil, no final da manhã desta quinta-feira (9), encerrou a fase de audiências de testemunhas no processo da Lava Jato que apura reformas no sítio de Atibaia, em São Paulo.
No dia 27, daqui a pouco mais de duas semanas, começam os interrogatórios dos réus na ação penal. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva será o último réu interrogado, no dia 11 de setembro. Em um depoimento por videoconferência que durou menos de dez minutos nesta quinta-feira (9), o ex-ministro Gilberto Gil respondeu perguntas de forma sucinta, negando ter conhecimento de envolvimento do ex-presidente Lula em qualquer esquema de corrupção ou lavagem de dinheiro.
Da mesma maneira, negou saber de qualquer situação semelhante envolvendo os ex-ministros José Dirceu e Antonio Palocci. O trecho mais longo do depoimento é o do relato sobre a participação de Gilberto Gil no governo Lula, desde o começo do primeiro mandato, em 2003, até parte do segundo mandato, em 2008.
Para esta quinta-feira (9) também estava agendado um depoimento da ex-presidente Dilma Rousseff. Mas os advogados de Lula informaram que não foi possível conciliar a data da audiência com os compromissos pessoais assumidos por Dilma. A defesa de Lula também desistiu do depoimento do ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, uma vez que ele foi escolhido como candidato a vice-presidente da República na chapa encabeçada por Lula.
No processo, o ex-presidente é acusado de ter sido beneficiado com pouco mais de R$ 1 milhão em reformas no sítio em Atibaia, pagas pela Odebrecht, OAS e Schahin Engenharia. Lula nega ser dono do sítio e ter recebido os benefícios. O imóvel está registrado em nome dos empresários Jonas Suassuna e Fernando Bittar. Eles alegam que a propriedade era apenas usada pelo ex-presidente, que mantém uma amizade de 40 anos com a família Bittar.
Depois do último interrogatório da ação penal, em setembro, será aberto prazo para as alegações finais da acusação e da defesa. Cumprida essa etapa, o juiz Sérgio Moro pode proferir a sentença. Até agora, apenas um processo contra Lula na Lava Jato foi encerrado em primeira instância no Paraná. A condenação, no caso do triplex no Guarujá, levou Lula à prisão. Embora ainda existam recursos para ser julgados nas instâncias superiores, o ex-presidente cumpre pena desde 7 de abril em uma sala da Polícia Federal em Curitiba.