Depois de superar um câncer no estômago e ver a morte de perto, o marceneiro Edson José da Silva deu lugar à outra pessoa. Ele se tornou Tony Stark, o super-herói dos quadrinhos e do cinema que se transforma no Homem de Ferro.

Debaixo dos quase 30 quilos da armadura caprichosamente moldada em papel e acabada em resina, fibra de vidro e tinta automotiva, ele espalha tanta esperança e alegria que mal se lembra de tudo o que precisou enfrentar. Hoje, Edson vive sem parte do sistema digestivo.

Foi quando, no meio do caminho, o vilão ressurgiu. Agressivo, o câncer fez com que o marceneiro se submetesse a mais uma cirurgia e, por isso, ele deu uma pausa no projeto. Heroico, no entanto, o Tony Stark curitibano reuniu forças e finalmente terminou a armadura. E, agora, ele encanta inúmeras crianças por onde passa.

Uma das visitas do Homem de Ferro foi no início desta semana, no Centro de Educação Integral Cláudio Abramo, no Capão Raso. Por lá, cerca de 500 alunos foram surpreendidos. Edson tem quatro filhos e contabiliza os espaços por onde o personagem passou na cidade.

Ao todo, já foram cerca de 10 apresentações de aproximadamente uma hora e meia de duração cada. E a transformação do marceneiro no Homem de Ferro antes das visitas dura outros 25 minutos, em média.

Para tornar a armadura realidade, ele usou 400 folhas de papel sulfite A4 e confeccionou cinco mil peças de moldes ao longo de um ano inteiro, com a ajuda da esposa. Materiais recicláveis como tubos de PVC também foram utilizados no projeto, que custou R$ 2 mil.

Animado, Edson sabe que o trabalho está longe de terminar. Tanto que, a pedido dos pequenos, ele já prepara uma segunda armadura, que vai dar à Curitiba mais um super-herói: o novo Batman.