Doceira acusada de envenenar adolescentes é condenada à 30 anos de prisão

 Doceira acusada de envenenar adolescentes é condenada à 30 anos de prisão

(Foto: Divulgação / SESP)

(Foto: Divulgação / SESP)

Após quase 13 horas de júri, a doceira Margareth Aparecida Marcondes foi condenada a 30 anos e três meses de prisão em regime inicial fechado.

Ela pegou a pena máxima permitida no Brasil por tentativa de homicídio qualificado contra quatro adolescentes mediante o envio de bombons envenenados. A mulher pode recorrer em liberdade, conforme a decisão do juízo, mas está proibida de se aproximar das vítimas. Ela deve ainda comprovar à Justiça o endereço e o exercício de atividade lícita a cada três meses e não pode se ausentar da comarca em que reside sem autorização prévia.

Segundo o advogado Luiz Cláudio Falarz, que defende a doceira, não há materialidade nos fatos porque os exames de sangue e urina dos jovens não apontaram qualquer vestígio de veneno.

O julgamento teve início por volta das 13h30 dessa segunda (7) e só terminou na madrugada desta terça-feira (8). O crime foi registrado em março de 2012 e Margareth foi denunciada em seguida. Pesaram, no cálculo da pena, as qualificadoras motivo torpe, dissimulação e meio cruel por emprego de veneno, em relação à Thalyta, e motivo torpe e emprego de veneno no caso das outras vítimas.

De acordo com a acusação, Margareth mandou os doces para a casa de Thalyta Machado Temiski, no bairro Umbará, em Curitiba, por meio de um taxista. A encomenda tinha junto um bilhete que dizia para a garota, com 14 anos na época, experimentar os bombons. Ela ingeriu quatro e dividiu o restante com três amigos e diz que se sentiu traída pela mulher. Ela conversou com Daiane Andrade.

Thalyta ficou internada oito dias na UTI do Hospital de Clínicas, teve duas paradas cardiorrespiratórias e até hoje sofre com arritmia no coração, problemas psicológicos e de estômago. As outras vítimas também precisaram de atendimento médico, mas tiveram apenas quadros de intoxicação alimentar.

Além de recorrer, o advogado afirma querer anular o júri.

A doceira foi identificada pela polícia por meio de imagens de câmeras de segurança de um shopping de Curitiba, que flagraram o momento em que ela entregou os doces ao taxista, no bairro Capão Raso. A mulher foi presa em 31 de março enquanto dormia dentro de um carro na praia de Barra Velha, Santa Catarina.

O argumento da acusação é o de que a empresária queria adiar a festa de 15 anos de Thalyta, deixando a garota doente. E isso em razão de ela ter gasto os R$ 8 mil recebidos antecipadamente pela comida, decoração e a confecção dos convites do evento e não ter mais como cumprir com o prometido.

Na fase de investigações, a doceira chegou a confessar o crime. A defesa, no entanto, alega que a cliente estava fora de si, que ela conhecia a família e não tinha motivo para querer o mal da garota. Já na etapa de instrução penal, Margareth negou participação no fato.

A empresária já tinha uma condenação e cumpriu pena em regime fechado por tentativa de homicídio contra o ex-marido, Nercival Cenedezi, supostamente para evitar que o caso dos bombons viesse à tona. Dez dias após o envio dos doces, o homem foi encontrado em casa com sinais de espancamento. No imóvel havia marcas de luta corporal e de sangue. Ele já agonizava e precisou ser internado, mas sobreviveu.

Margareth foi condenada a 10 anos e oito meses de prisão por tentativa de homicídio triplamente qualificada contra Nercival e foi presa em Joinville. Mais tarde, ela acabou transferida para a Penitenciária Feminina de Piraquara, na região de Curitiba, por causa do processo do envenenamento.

Em fevereiro de 2014, a Justiça autorizou que a mulher respondesse ao caso dos bombons em liberdade, mas ela seguiu na cadeia devido à condenação no processo do ex-companheiro. Em fevereiro deste ano, a doceira conseguiu progressão de pena e agora está no regime semiaberto, monitorada por tornozeleira eletrônica.

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