Em reunião na Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira (8), o prefeito de Curitiba Rafael Greca (DEM), defendeu o aporte de recursos da União ao transporte público da cidade. Como medida imediata, o prefeito sugeriu que o Governo Federal passe a arcar com o custo das gratuidades aos idosos nos ônibus.

Atualmente, o valor das isenções é um dos itens da planilha da tarifa técnica do transporte público de Curitiba. Segundo a prefeitura, o custo mensal da gratuidade aos idosos é de aproximadamente R$ 9 milhões mensais.

O prefeito de Curitiba está em Brasília, onde cumpre agenda em uma série de encontros promovidos pela Frente Nacional de Prefeitos. A mobilização reúne os chefes dos Executivos das principais cidades brasileiras. Segundo Greca, o Governo Federal precisa olhar com mais atenção para o transporte público. Ele diz que Curitiba somente não passou por greves e paralisações no setor, por conta do dinheiro aportado às empresas de ônibus pela prefeitura.

O serviço público está em acentuada crise de sustentabilidade, com a queda no número de passageiros decorrente da pandemia da Covid-19. Atualmente, a prefeitura diz que a tarifa técnica do sistema de transporte da cidade é de R$ 7,50. O valor cobrado do usuário, porém, é bem menor: R$ 4,50.

Para dar conta da diferença do valor real, para o valor cobrado do usuário, um regime especial de custeio do sistema foi aprovado no fim de setembro na Câmara Municipal. Na prática, a lei aprovada permite que a prefeitura compense as perdas, injetando dinheiro público nas empresas.

Agora, a ideia de Greca é pedir ao Governo Federal uma ajuda, para pagar ao menos parte dessa fatura. Estima-se que Curitiba aporte cerca de R$ 20 milhões mensais no sistema. O pedido de aporte de recursos pelo Governo Federal ao transporte público é uma pauta comum dos prefeitos da Frente Nacional. Cidades como São Paulo, Porto Alegre e Salvador engrossam o coro por recursos federais nos sistemas.

Reportagem: David Musso