Empreiteiro confirma em depoimento a Moro que intermediou a realização de obras no sítio de Atibaia
O empresário Carlos Rodrigues do Prado afirmou que a negociação financeira envolvendo as obras do sítio em Atibaia foram intermediadas pelo assessor especial da presidência no governo Lula, Rogério Aurélio Pimentel.
Sócio da construtora que leva o nome dele, Rodrigues do Prado foi ouvido como testemunha de acusação no processo que apura se o ex-presidente Lula recebeu vantagens indevidas por meio de melhorias no sítio em Atibaia.
O empresário confirmou nesta segunda-feira (19), ao juiz Sérgio Moro, as informações prestadas ao Ministério Público Federal. Rodrigues do Prado afirmou que a empresa prestava serviços para a Odebrecht e foi convocada para tocar as obras no terreno, no interior de São Paulo, em dezembro de 2010.
O empresário foi procurado para o serviço pelo engenheiro Frederico Barbosa, então ligado a Odebrecht. No entanto, foi o ex-assessor de Lula quem fechou o acordo para o início das obras.
Cerca de dez funcionários da Construtora Rodrigues do Prado foram mobilizados para as obras no sítio em Atibaia. O serviço custou 163 mil reais.
No depoimento, o empresário relatou que a supervisão da obra ficou a cargo do engenheiro da Odebrecht. Havia a cobrança para que as benfeitorias fossem entregues em cerca de trinta dias.
Em nota, a defesa do ex-presidente Lula afirmou que, mais uma vez, o depoimento não confirmou a denúncia do Ministério Público Federal. Segundo o advogado, a testemunha de acusação disse que jamais teve conhecimento de qualquer relação entre contratos da Petrobras e a reforma feita no sítio em Atibaia. Essa fase de depoimentos segue até 26 de março.
Na quarta-feira (21), a partir das nove e meia da manhã, serão ouvidas mais seis testemunhas de acusação, entre elas o executivo do Grupo Schahin, Fernando Schahin. Além do ex-presidente Lula, também respondem ao processo outras doze pessoas.