O empresário César Mata Pires Filho, da OAS, se entregou ontem à noite à Polícia Federal. Ele chegou perto das 11h da noite e se apresentou na Superintendência em Curitiba. O empreiteiro foi um dos alvos da 56ª fase da Lava Jato, deflagrada na última sexta-feira. Ele teve a prisão temporária decretada, mas estava em viagem aos Estados Unidos.

O empresário é acusado de participar do esquema de corrupção envolvendo a construção da sede da Petrobras, em Salvador, na Bahia. A obra teria movimentado R$ 68 milhões em propinas entre 2009 e 2016 para agentes públicos da Petrobras, da Fundação Petros e para o Partido dos Trabalhadores.

Além do pagamento de propina, a investigação suspeita que a obra tenha sido superfaturada de R$ 320 milhões para R$ 1 bilhão e 300 milhões de reais.

A juíza Gabriela Hardt mandou bloquear 20 milhões de reais das contas dos 13 alvos da Operação. Além das contas como “pessoa física”, os ativos de 38 empresas ligadas aos investigados também foram bloqueados. Esta é a primeira operação deflagrada sob autorização da magistrada que assumiu a 13.ª Vara Federal de Curitiba no lugar de Sérgio Moro, futuro ministro da Justiça.

No despacho a juíza alegou que os valores, nas contas bancárias, foram misturados com valores de procedência lícita. Entre os atingidos estão o ex-presidente da Petros, Wagner Pinheiro, e os ex-dirigentes do fundo, Newton Carneiro, Luís Carlos Fernandes Afonso e Carlos Fernando Costa. Entre as empresas com ativos congelados está a Mendes Pinto Engenharia, responsável pelo gerenciamento da construção da Torre Pituba, a sede da Petrobras em Salvador.

Reportagem: Juliana Goss