Empresa do ramo cervejeiro é alvo da nova etapa da Lava Jato

 Empresa do ramo cervejeiro é alvo da nova etapa da Lava Jato

(Foto: Juliana Goss/BandNews Curitiba)

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O presidente do Grupo Petrópolis, Walter Faria, principal alvo da fase 62 da Lava Jato, foi incluído na lista de procurados da Interpol. Ele teve a prisão preventiva decretada pela Justiça e ainda não foi encontrado pela Polícia Federal. Os outros dois foragidos da operação Cleber da Silva Faria e Naede de Almeida também tiveram restrição incluída no sistema de tráfego internacional da Interpol.

De acordo com as investigações, Walter Faria seria o operador financeiro de um esquema de lavagem de dinheiro envolvendo a Petrópolis – empresa carioca de produção de bebidas – e a Odebrecht. O grupo teria auxiliado o Setor de Operações Estruturadas da empreiteira a pagar propina dissimulada como doação eleitoral por meio da troca de reais por dólares em contas no exterior. O Ministério Público Federal estima que pelo menos R$ 330 milhões foram movimentados no esquema que teria funcionado de 2007 a 2014.

O delegado da Polícia Federal, Thiago Giavarotti, explica que o grupo comandado por Faria por meio das empresas Praiamar e Leyroz Caxias foi usado pela Odebrecht para viabilizar R$ 121 milhões em pagamentos de propina travestida de doações eleitorais.

A empresa do setor cervejeiro auxiliaria o Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht a pagar valores ilícitos por meio da troca de reais por dólares em contas no exterior. Ao menos 38 offshores localizadas em sete países viabilizavam as transferências. O que chama a atenção é que mais da metade das offshores estavam ativas até setembro do ano passado.

O presidente da Petrópolis aderiu ao programa de regularização cambial informando possuir mais de R$ 1,3 bilhão depositado nestas contas. A força-tarefa acredita que parte desse dinheiro tenha sido oriundo do esquema criminoso.

De acordo com o delegado da PF, a prisão preventiva de Walter Faria foi embasada principalmente na garantia da ordem pública, já que ele teria tentado dissimular o dinheiro lavado. Os agentes cumpriram ainda 33 mandados de busca e apreensão em endereços de empresas e pessoas suspeitas de terem ligação com os crimes investigados. Em um dos endereços a polícia encontrou R$ 250 mil em espécie.

Contas bancárias no exterior controladas pelo principal alvo da nova etapa foram utilizadas também para o pagamento de propina no caso dos navios-sonda Petrobras 10.000 e Vitória 10.000, objetos de outra ação da Lava Jato. Entre setembro de 2006 e novembro de 2007, os operadores Júlio de Almeida Camargo e Jorge Luz – que atuavam em favor de agentes públicos e políticos – creditaram mais de U$ 3,4 milhões nessas contas. O Grupo Petrópolis informou, por meio de nota, que seus executivos já prestaram os esclarecimentos sobre o assunto aos órgãos competentes.

A nota informa também que a empresa sempre esteve e continua à disposição das autoridades para o esclarecimento dos fatos.

Vazamentos

O procurador da República, Roberson Pozzobon, que integra a força-tarefa da operação Lava Jato no Paraná, disse nesta quarta-feira (31) que ainda não é possível dimensionar a extensão dos vazamentos de conversas entre membros do Ministério Público Federal e do ex-juiz Sérgio Moro, divulgadas pelo site The Intercept Brasil.

Perguntado durante coletiva de imprensa da 62ª fase da Lava Jato se o hackeamento de aparelhos telefônicos de integrantes da força-tarefa poderia atrapalhar ou colocar em risco as investigações da operação, Pozzobon se limitou a responder que a Lava Jato ainda terá um longo caminho pela frente.

A operação batizada de Rock City foi a primeira fase deflagrada depois da divulgação de diálogos envolvendo figuras centrais da Lava Jato. Pozzobon disse que não cabe à força-tarefa fazer a análise sobre os vazamentos e afirmou que o trabalho da Lava Jato está baseado em provas concretas.

Desde o dia 09 de junho, o site The Intercept Brasil, em parceria com outros veículos de comunicação, vem divulgando artigos da série chamada #VazaJato. Até hoje, o portal já publicou treze reportagens. Parte das condutas dos procuradores reveladas está sendo apurada pelo Conselho Nacional do Ministério Público.

O ministro da Justiça Sérgio Moro e o coordenador da força-tarefa da Lava Jato, Deltan Dallagnol, foram convidados a depor no Congresso Nacional sobre o assunto. Moro afirmou, por diversas vezes que não reconhece o conteúdo dos diálogos, já Dallagnol recusou o convite para prestar esclarecimentos aos deputados e senadores. 

Reportagem: Juliana Goss/Thaissa Martiniuk e equipe

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