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Mirian Gasparin

Indústria deve crescer 27% em faturamento este ano

 Empresa familiar paranaense é líder no mercado brasileiro de azeitonas

Foto: Divulgação

Embora a olivicultura, ou cultivo de azeitonas, esteja se expandindo no Brasil, ainda somos um grande importador deste produto. A expectativa do setor é que a área de cultivo no País alcance 20 mil hectares até 2025, mesmo assim insuficiente para atender a indústria brasileira.

Eu conversei com o gerente nacional de vendas do Grupo Vale Fértil, Martín Nucete, e ele me explicou que assim como o consumidor brasileiro aprendeu com o tempo a apreciar bons vinhos, também passou a se interessar e conhecer mais os azeites de oliva, utilizando mais o produto. No caso das azeitonas, o brasileiro embora aprecie o produto, ainda consome pouco. Segundo pesquisa realizada pela Vale Fértil, cada brasileiro consome por ano 100 gramas de azeitonas. Os espanhóis estão em primeiro lugar com um consumo per capita de 15 quilos anos.

Martín Nucete me disse que o objetivo da indústria paranaense é elevar o consumo de 100 para 200 gramas per capita/ano, o que seria um salto gigantesco diante do número da população brasileira. O executivo da quarta geração da família Nucete, no comando da Vale Fértil, destaca que hoje o brasileiro consome azeitonas como um petisco, mas o que a indústria realmente pretende, é incorporar o produto na culinária, a exemplo do que acontece em vários países.

A paranaense Vale Fértil, que é líder em vendas de azeitonas no Brasil por sete anos consecutivos, tem um grande histórico de empresa familiar. A trajetória do negócio começou em 1947, quando José Nucete Santiago imigrou da Espanha para o Vale de Arauco, na Argentina, região onde encontrou condições favoráveis para iniciar o cultivo agrícola e industrial das azeitonas.

O Brasil começou a fazer parte da história da empresa, primeiro com um centro de distribuição. Em 1991 foi fundada a Vale Fértil do Brasil, em São José dos Pinhais, que foi fundamental para que a empresa se tornasse uma das maiores referências do setor azeitoneiro.

Hoje a empresa tem indústrias em São José dos Pinhais e em Joboatão dos Guararapes, na Região Metropoitana do Recife. Na Argentina, onde cultiva as azeitonas, conta com uma área de 900 hectares distribuída entre as cidades de Mendonza e Aimogasta.

O executivo da Vale Fértil, me explicou que a concorrência no mercado de azeitonas é grande no Brasil. A empresa paranaense é líder de mercado e embora várias marcas disputem a concorrência, elas trabalham de forma localizada, ao contrário da Vale Fértil que está presente em todo o Brasil.

Este ano, principalmente em função das expectativas positivas para o segundo semestre, com eleições e Copa do Mundo, a Vale Fértil está projetando um crescimento de 18% em quilos de azeitonas vendidas e de 27% no faturamento.

Ainda segundo me disse Martin Nucete, a indústria tem aproveitado as oportunidades da crise da Argentina para investir e crescer naquele País. Segundo o executivo, infelizmente, muitas indústrias argentinas do setor não estão conseguindo se manter devido aos custos elevados.

Confira abaixo a coluna em áudio:

Mirian Gasparin

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