Empresário Abilio Diniz está entre os 43 indiciados em desdobramento da Carne Fraca

 Empresário Abilio Diniz está entre os 43 indiciados em desdobramento da Carne Fraca

Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

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O empresário Abílio Diniz e mais 42 investigados foram indiciados pela Polícia Federal por serem suspeitos de cometer crimes contra a saúde pública, estelionato, falsidade ideológica e organização criminosa. Entre eles também está o ex-diretor-presidente da BRF, Pedro de Andrade Faria. A ação faz parte do relatório final da operação Trapaça, um desdobramento da Carne Fraca, deflagrada em março deste ano. O alvo era desmontar um esquema de fraudes descoberto na empresa BRF, especializada no setor de carnes e processados. A Operação Trapaça investiga fraudes no Ministério da Agricultura para burlar a fiscalização sanitária.

Abílio Diniz foi presidente do conselho de administração da BRF. No relatório de 405 páginas, a Polícia Federal toma como base uma série de mensagens trocadas entre os investigados por Whatsapp e e-mails. De acordo com o delegado que está à frente do caso, Mauricio Moscardi, conversas entre Pedro de Andrade Faria e Abílio Diniz indicariam o conhecimento do corpo executivo da BRF sobre a detecção de substâncias nocivas à saúde humana em produtos feitos na empresa.

Conforme destaca o delegado, os executivos poderiam ter orientado as equipes subordinadas a eles e tomar medidas técnicas e eficazes que pudessem detectar as falhas na produção e regularizar o processo industrial, seguindo as regras sanitárias. Entre as unidades investigadas, três são da BRF no Paraná, que empregam mais de 10 mil funcionários no interior do Estado em Toledo, Francisco Beltrão e Carambeí.

Em nota, Abilio Diniz afirma que não cometeu nenhuma irregularidade como Presidente do Conselho de Administração da BRF e que no relatório apresentado pela Polícia Federal não existem elementos que demonstrem irregularidades cometidas por ele. Ainda de acordo com a nota, “é importante ressaltar que o indiciamento não indica culpa, mas apenas que a autoridade policial considera haver indícios de atos ilícitos, o que será apreciado ainda pelo Ministério Público”.

Reportagem: Lorena Pelanda

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