Em depoimento à Polícia Federal, em Curitiba, o empresário Abílio Diniz, ex-presidente do Conselho Administrativo da BRF, afirmou que tomou todas as medidas regulatórias necessárias para resolver os problemas de contaminação da bactéria Salmonela em alimentos exportados para a China. Diniz foi ouvido no âmbito da operação Trapaça, terceira fase da Operação Carne Fraca, deflagrada em março deste ano.

O alvo era desmontar um esquema de fraudes descoberto na empresa BRF, especializada no setor de carnes e processados. A Operação Trapaça investiga fraudes no Ministério da Agricultura para burlar a fiscalização sanitária. Abilio Diniz foi indiciado pela PF por estelionato, organização criminosa, falsidade ideológica e crime contra a saúde pública.

No depoimento, prestado nesta terça-feira (27), Diniz disse que determinou ao presidente da empresa, Pedro Faria, que as autoridades chinesas fossem comunicadas sobre o problema da bactéria e que fossem contratados laboratórios para realização de exames.

Ele também lembrou que autorizou a liberação de R$ 130 milhões destinados à “realização de exames e destruição” dos produtos contaminados. Ele ainda alegou que, até a deflagração da operação da Polícia Federal, o conselho do grupo “nunca supôs haver irregularidades sistêmicas” na empresa.

Reportagem: Thaissa Martiniuk