Estudantes de Palotina pagam fiança e são liberados da prisão
Veteranos de medicina veterinária são acusados de promover trote violento e deixar outros estudantes feridos
Os quatro estudantes que foram presos suspeitos de provocar queimaduras pelo corpo de calouros durante um trote deixaram a prisão após uma audiência de custódia. Eles foram liberados ontem à noite (sexta). Por serem réus primários, o juiz estipulou fiança no valor de R$10 mil para cada um. Além disso, eles também passam a utilizar tornozeleira eletrônica até a conclusão das investigações. De acordo com o delegado Pedro Lucena, os suspeitos vão seguir várias restrições.
A Universidade Federal do Paraná instaurou processo administrativo disciplinar para investigar o trote que deixou 19 alunos feridos, com queimaduras. A diretora da UFPR em Palotina, Yara Moretto, explica que uma comissão será instaurada e que a previsão é que em 60 dias as investigações sejam concluídas. E a instituição não descarta a possibilidade de expulsar os veteranos que participaram do trote.
O caso aconteceu na noite de quarta-feira em Palotina, no oeste do estado. Os calouros foram levados para um terreno baldio em frente ao campus da UFPR e lá, os veteranos jogaram sobre eles um produto químico, que estava dentro de embalagens de creolina. O produto causou queimaduras de primeiro e segundo grau nas vítimas, que foram parar no hospital. Eles fizeram boletim de ocorrência e quatro universitários foram autuados em flagrante e estão presos desde ontem. O reitor da Universidade, Ricardo Marcelo Fonseca, disse que a instituição é contrária ao chamado trote sujo e que acompanha de perto as investigações. Ainda segundo ele, as vítimas terão todo o apoio da universidade, com acompanhamento médico e psicológico.
O departamento de assuntos estudantis da universidade também se pronunciou. A pró-reitora do departamento, Maria Rita de Assis César, ressaltou que a instituição, desde 2017, tem estimulado os estudantes a participarem de trotes solidários, que visam integrar os alunos e, ao mesmo tempo, estimular o lado social com a comunidade.
As vítimas passaram por exame de lesões corporais no IML nesta sexta-feira. A polícia civil investiga o caso. O produto que foi usado nas embalagens de creolina foi encaminhado para perícia.
Por Lorena Pelanda