Estudantes voltam às ruas de Curitiba nesta terça em defesa do ensino público federal
Estudantes, professores e trabalhadores da educação participam nesta terça-feira (13) em Curitiba de mais uma manifestação nacional contra políticas do governo Jair Bolsonaro, do PSL, para o ensino público superior. De acordo com a União Nacional dos Estudantes, 46 cidades confirmaram atos públicos contra os cortes no orçamento do ensino superior e contra o projeto “Future-se”, programa que modifica a gestão financeira de institutos e universidades federais.
Na capital paranaense, os manifestantes se concentram a partir das 18h desta terça-feira (13) na Praça Santos Andrade, no Centro. O protesto vem sendo chamado de Terceiro Tsunami da Educação, promovido na sequência das manifestações nacionais realizadas nos dias 15 e 30 de maio contra o corte de 30% das verbas de custeio promovido pelo Ministério da Educação.
O governo federal alega que o Future-se seria um mecanismo de “fortalecimento da autonomia administrativa e financeira das Instituições Federais de Ensino Superior”, as Ifes. Para estudantes e professores contrários à proposta, ela representa uma forma de terceirizar o financiamento da educação pública. Esta é a última semana da consulta pública aberta no último dia 17 de julho para que a sociedade apresenta sugestões sobre a minuta do projeto de lei. O prazo se encerra às 23h59 de quinta-feira (15).
Algumas instituições já anteciparam que não pretendem aderir ao programa, que prevê a contratação de uma Organização Social (OS) para fazer a gestão de atividades fins das IFES, como ensino, pesquisa e inovação. Ao aderir, as IFES teriam de cumprir um conjunto de exigências, entre elas, adotar programas de controle interno e auditoria externa.
A Universidade Federal do Paraná só deve fechar uma posição no final desta semana. A proposta vem sendo avaliada internamente, com gestores de outras universidades da região Sul e também com a comunidade. Há uma preocupação dos dirigentes das instituições de ensino superior com lacunas e possíveis inconstitucionalidades do projeto.
Reportagem: Lenise Klenk