Ex-deputado Pedro Correa apresentou foto de três reuniões com Lula para mostrar que não era um desconhecido do petista
O ex-deputado federal Pedro Correa, disse em depoimento ao Juiz Sérgio Moro que não era um “desconhecido” do ex-presidente Lula. Para comprovar o fato, o ex-parlamentar apresentou fotos de três reuniões que participou em que estavam presentes o petista e os ex-ministros Antonio Palocci e José Dirceu. Correa prestou depoimento como testemunha de acusação em ação penal em que Lula é acusado de receber propina da Odebrecht no âmbito da Operação Lava Jato. O ex-deputado apresentou as imagens em audiência com o intuito de rebater as informações prestadas por Lula em interrogatório do dia 10 de maio. Naquela data, o ex-presidente disse que não tinha qualquer relação com Pedro Correa. De acordo com o ex-parlamentar, as fotos mostram Correa ao lado dos ex-ministros e do próprio Lula.
O ex-deputado afirmou que vai anexar as fotos ao processo. Pedro Correa também afirmou que uma bancada de parlamentares escolheu operadores de propina na Petrobras. O ex-deputado revelou um ‘acordo’ entre os parlamentares para que nenhum deles procurasse os empresários e deixasse esse trabalho com interlocutores.
Durante a audiência, o advogado Cristiano Zanin Martins, que faz a defesa do ex-presidente Lula e o juiz Sérgio Moro voltaram a discutir. O criminalista queria saber se Pedro Correa confirmava uma informação que constava em outro depoimento prestado na Lava Jato. O magistrado interrompe dizendo que o ex-parlamentar já havia respondido o questionamento e declarou que a insistência era uma tentativa de confundir a testemunha.
Investigado pela Operação Lava Jato, Correa se tornou delator do esquema de corrupção da Petrobras e já foi condenado a 20 anos de prisão por lavagem de dinheiro e corrupção pelo juiz Sergio Moro. Atualmente, ele cumpre prisão domiciliar por razões médicas. Outras três testemunhas de acusação prestaram depoimento na tarde de hoje (segunda). Foram ouvidos o empresário Emílio Odebrecht; o empresário Alexandrino de Salles Ramos e o ex-gerente de finanças da Odebrecht, João Alberto Lovera. Pouco antes da audiência, a defesa do ex-presidente Lula entrou com um habeas corpus no Tribunal Regional Federal, em Porto Alegre, pedindo para cancelar os depoimentos da tarde. O advogado Cristiano Zanin Martins argumentou que o juiz federal Sérgio Moro ‘deu ciência às partes’ somente nesta segunda sobre documentos juntados pelo Ministério Público Federal sobre delações de executivos do grupo Odebrecht. Segundo a defesa, não haveria tempo hábil para análise do material até o início das audiências. No entanto, o juiz Sérgio Moro decidiu, em termo de audiência, que manteria os depoimentos e se fosse necessário pediria a reinquirição as testemunhas caso a defesa solicitasse. No total, oito réus respondem a ação penal. Neste processo, é investigada a compra de um terreno, pela Odebrecht, que seria destinado à construção de uma nova sede para o Instituto Lula, além da compra de um apartamento vizinho ao local onde o ex-presidente mora, em São Bernardo do Campo (SP).