Ex-diretor da SEED e dirigentes de construtora são presos pela polícia
O ex-diretor do Departamento de Engenharia, Projetos e Orçamentos da Secretaria Estadual de Educação (SEED), Maurício Fanini foi preso em uma operação da Polícia Civil nesta terça-feira (21). Além dele, também foram detidos dirigentes e proprietárias da Valor Construtora, que mantém dez contratos com o estado, investigados por irregularidades. Nesta manhã (terça) a polícia prendeu: Vanessa Domingues de Oliveira, sócia-proprietária; Viviane Lopes de Souza, engenheira da empresa; Eduardo Lopes de Souza, procurador da empresa e Tatiane de Souza, ex-sócia-proprietária.
A ação, do Núcleo de Repreensão a Crimes Econômicos (Nurce), investiga a cobrança de propina para fraudes em licitações e o pagamento irregular para obras que sequer saíram do papel. Segundo o delegado do Nurce, Renato Figueiroa, Maurício Fanini recebia 2% sobre cada obra licitada. O montante repassado à Valor Construtora chega a R$ 25 milhões, sendo a maior parte de forma indevida.
Segundo a polícia, os engenheiros da SEED assinavam medições falsas de obras em escolas sem ir até o local, sendo assim, o estado pagava à empresa o valor correspondente a porcentagem da construção. Em alguns casos, a verba era quase que totalmente repassada, mesmo apesar de o projeto ainda não ter sido executado. Um dos casos mais alarmantes é o de Campina Grande do Sul, Região Metropolitana de Curitiba.
Cinquenta policiais participaram da operação nesta terça-feira, e também cumpriram nove mandados de busca e apreensão. Foram recolhidos computadores, celulares, R$ 5 mil em dinheiro e documentos, que apontam ainda a existência de outros contratos de obras no Paraná, entre a Valor Construtora e secretarias estaduais. Por isso, a polícia investiga a possibilidade de irregularidades em outras construções e já prevê uma nova fase da Operação Quadro Negro, para também analisar a evolução patrimonial dos investigados.
Os presos de forma temporária nesta terça-feira vão responder pelos crimes de associação criminosa, tentativa de fraude à licitação, falsidade ideológica e peculato.