O ex-presidente do Banco do Brasil e da Petrobras, Aldemir Bendine, deixou a carceragem do Complexo Médico Penal, na Grande Curitiba, por volta de quatro e meia da tarde desta quarta-feira (10). Ele estava detido desde julho de 2017 quando foi deflagrada a 42ª fase da Lava Jato.

Por três votos a dois, a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal revogou, nesta terça-feira, a prisão preventiva do ex-presidente da Petrobras. Bendine saiu do CMP acompanhado de familiares e advogados e segue para São Paulo, onde deve cumprir a o pena em casa. Em março do ano passado, Bendine foi condenado a 11 anos de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

O Ministério Público Federal afirma que o ex-executivo recebeu três milhões de reais de propina da Odebrecht. Tanto o Tribunal Regional Federal da 4ª Região quanto o Superior Tribunal Justiça já haviam negado pedidos de liberdade da defesa de Bendine. No STF, ao longo do ano passado, o ministro Luiz Edson Fachin não tinha acolhido uma liminar nem concedido habeas corpus de ofício. A defesa recorreu mais uma vez e, nesta terça-feira (9), o relator foi acompanhado apenas pela ministra Cármen Lúcia.

A divergência, do ministro Gilmar Mendes, foi seguida pelos ministros Celso de Mello e Ricardo Lewandowski. No pedido de liberdade, a defesa sustentava que os fundamentos da prisão preventiva estavam superados e destacava que a sentença de Bendine ainda não tinha sido confirmada. Para revogar a prisão preventiva, foram fixadas medidas cautelares alternativas, como o comparecimento periódico em juízo, proibição de contato com outros investigados e de viagem sem autorização, além da entrega do passaporte.

No Governo Lula, Bendine foi nomeado presidente do Banco do Brasil, em 2009, e chegou ao comando da Petrobras em fevereiro de 2015, quase um ano depois do início da Lava Jato, durante o Governo Dilma.

Reportagem: Thaissa Martiniuk