Ex-primeira-dama Fernanda Richa se desfilia do PSDB
Alvo de ações na Justiça, a ex-primeira-dama do Paraná Fernanda Richa se desfiliou do PSDB. O cancelamento do registro aconteceu em abril deste ano, a pedido da própria eleitora, segundo as informações do TRE (Tribunal Regional Eleitoral) do Paraná. A saída acontece em meio a articulações de tucanos para que o marido dela, o ex-governador Beto Richa, deixe o partido. Líderes do PSDB como o atual governador de São Paulo, João Doria, já defenderam publicamente que todos os filiados que estejam sob investigação se afastem da legenda, o que inclui nomes como os ex-presidenciáveis Geraldo Alckmin e Aécio Neves.
Beto e Fernanda Richa foram investigados sob suspeita de se beneficiarem de desvios e pagamentos de propina durante a gestão do ex-governador. Eles são réus em ações na Justiça Estadual e Federal sob acusação de lavagem de dinheiro e obstrução de justiça. O casal nega veementemente as suspeitas e diz ter sido perseguido politicamente pelo Ministério Público, em ações ilegais de busca e de prisão. Em defesa apresentada à Justiça, os advogados afirmam que os políticos sempre atuaram de acordo com a lei, e acusam os promotores de apresentarem denúncias sem consistência, fundamentadas em acusações mentirosas de delatores e em anseios populares revanchistas.
Fernanda Richa era filiada ao PSDB desde outubro de 2001. Ela nunca concorreu nem ocupou cargo eletivo pelo partido, mas foi secretária estadual da Família e também presidente da FAS durante a gestão de Beto Richa na Prefeitura de Curitiba. Popular e bem articulada politicamente, Fernanda Richa chegou a ser cotada como eventual candidata à prefeitura. Atualmente, a família não ocupa nenhum cargo político. O ex-governador Beto Richa, assim como o irmão dele, Pepe Richa, e o filho Marcello Richa, continuam filiados ao PSDB, segundo os registros do TRE.
Reportagem: Estelita Carazzai