Ex-representante do Ministério da Agricultura em Goiás é preso destruindo provas na Operação Carne Fraca
O ex-superintendente regional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento no Estado de Goiás, Francisco Carlos de Assis, preso hoje (quarta-feira, 31) de manhã na segunda fase da Operação Carne fraca, deve chegar a Curitiba amanhã (quinta). Ele vai ficar detido na Superintendência da Polícia Federal para aguardar a tramitação do processo na 14ª Vara Federal da capital paranaense. O processo é de responsabilidade do juiz federal Marcos Josegrei da Silva, que autorizou a prisão de Assis por obstrução da Justiça. Ele foi flagrado em grampo da Polícia Federal dando indícios de destruição de provas.
Em um dos trechos, ele diz à companheira que estava apagando mensagens.
Em outra conversa com a companheira, ele diz que destruiu documentos. Assis começa o diálogo dizendo que estava com dor nos dedos de tantos papéis que havia rasgado.
Francisco Carlos de Assis já havia sido conduzido coercitivamente na primeira fase da operação, em março. Na ocasião, o chefe do Serviço de Inspeção de Produtos de Origem Animal em Goiás, o médico veterinário Dinis Lourenço da Silva, foi preso pela PF, além de outros servidores no Estado Goiano que foram conduzidos coercitivamente. A Operação Carne Fraca apura o envolvimento de fiscais do Ministério da Agricultura no esquema de liberação de licenças e fiscalização irregular de frigoríficos. De acordo com as investigações, o esquema em Goiás era chefiado por Dinis, que foi flagrado em escutas telefônicas negociando a manutenção de um frigorífico da BRF Brasil Foods em Mineiros, no sudoeste de Goiás, que tinha indicação de suspensão das atividades.
A 2ª fase da Carne Fraca foi batizada de “Operação Antídoto”. O nome da fase é uma referência ao objetivo de fazer cessar a ação criminosa do investigado e preservar eventuais novas provas. Durante a operação de hoje (quarta), foram cumpridos três mandados de busca e apreensão e um mandado de prisão preventiva contra Francisco Carlos de Assis. Todos no estado de Goiás. O ex-superintendente é réu por ter participado de esquema de corrupção entre a BRF e Dinis Lourenço da Silva para impedir a interdição do funcionamento da empresa, em virtude de fiscalização.