No ano passado, 146 mulheres foram mortas no Paraná, número menor do que o registrado em 2017, quando foram 184 mortes. Apesar da redução, o número de crimes pelo simples fato de a vítima ser mulher (feminicídio), subiu de 41 para 61, um aumento de 48%. Os dados são do 13° Anuário Brasileiro de Segurança Pública divulgado nesta semana. Impressiona também o número de registros de violência doméstica.

Em 2017 foram 14.149 registros e no ano passado 16.021 mulheres procuraram os órgãos de polícia para registrar a violência sofrida dentro de casa, um aumento de 13% de um ano para outro. A promotora de Justiça do Ministério Público do Paraná, Ticiane Pereira, fala que ainda há uma dificuldade por parte dos operadores do direito em identificar em quais situações deve-se registrar o crime como feminicídio.

A promotora ainda reforça que familiares e amigos precisam estar atentos aos sinais dados pelas vítimas que sofrem violência.

A promotora de Justiça do MP lembra que desde 2015 a legislação prevê penalidades mais graves para homicídios que se encaixam na definição de feminicídio – ou seja, que envolvam “violência doméstica e familiar ou menosprezo e discriminação à condição de mulher”.

Em quatro anos, o Ministério Público do Paraná já ofereceu 664 denúncias de casos de feminicídio. E de acordo com dados obtidos junto à Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar do Tribunal de Justiça (TJ-PR), em todo o Estado, somente no ano de 2018, 391 casos de feminicídio aguardavam julgamento.

Reportagem: Thaissa Martiniuk