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Filmes que retratam a juventude que valem a pena assistir

Esses filmes são popularmente conhecidos como "Coming Of Age"

 Filmes que retratam a juventude que valem a pena assistir

Foto: Divulgação A24

No dia 12 de agosto é comemorado o dia internacional da juventude, a data foi criada pela ONU em 1999 e tem como objetivo focar na educação e conscientização dos jovens sobre seu futuro papel como representantes do mundo.

No cinema, grande parte das obras que retratam o período juvenil são categorizadas como “Coming of Age”, que são filmes que acompanham o amadurecimento dos personagens. Apesar de mais comumente contarem sobre o final da adolescência, os filmes Coming of Age representam as adaptações e mudanças passadas pelos personagens ao final ou começo  de uma fase da vida. Mas o que faz esses filmes tão interessantes? O que diferencia os filmes Coming Of Age é a maneira como eles conseguem se conectar com o espectador trazendo vivências, sentimentos e eventos mundanos e universais, passando uma sensação de identificação com o público.

Em comemoração a data, confira 3 indicações de filmes:

Resumo da matéria:

Lady Bird – A Hora de Voar: 

Foto: Divulgação A24

O longa acompanha Christine ”LadyBird” McPherson (Saoirse Ronan) em seu último ano do colégio, Um de seus grandes desejos é fazer faculdade longe de Sacramento, Califórnia, cidade onde mora, porém a ideia é fortemente rejeitada por sua mãe (Laurie Metcalf). Lady Bird – como a garota exige ser chamada – não se contenta com um não e continua a seguir seus sonhos. Enquanto se prepara para a nova fase a garota vivencia diversos momentos importantes para seu amadurecimento no final da sua adolescência.

O roteiro é bem simples e baseado em vivências da diretora Greta Gerwig, e por conta disso ele se passa no ano de 2002. A ambientação do longa é maravilhosa transportando o espectador para o começo dos anos 2000 com roupas, gírias e músicas populares da época e trazendo diálogos bem informais ligados a cenas muito cotidianas.

Por se tratar das vivências da diretora ele é de fácil identificação. Esse é um dos fatores que faz o filme se destacar, conseguindo cativar os espectadores por trazer uma personagem muito humana e vivências muito reais e universais. E a própria direção do filme também se aproveita dessa questão sendo muito sutil com uma história que não tem grandes e impressionantes acontecimentos, mas sim pequenos dramas, explorando como esses momentos interferem nas vidas dos indivíduos, conseguindo, ainda, impactar e emocionar o espectador.

O roteiro entrega uma comédia dramática bem sarcástica que traz personagens que embora tenham personalidades fortes e diferentes, ainda sim são muito reais. Apesar da narrativa não ser movida por grandes eventos, a maior parte da trama é movida pelo relacionamento conturbado entre Lady Bird e sua mãe, que mesmo se amando incondicionalmente, ainda discutem constantemente por serem ao mesmo tempo parecidas demais e diferentes demais.

A montagem do filme também impressiona, já que traz ao filme um maior dinamismo, cortando excessos e trazendo cortes secos bruscos ao trocar de cenas, o que ajuda a prender a atenção do público..

E um enorme destaque do filme são as brilhantes atuações. Saoirse Ronan entrega uma das mais interessantes personagens do cinema atual. A personagem busca desesperadamente encontrar seu lugar no mundo e conquistar sua liberdade. A atriz entrega uma personagem carismática, teimosa, arrogante, ambiciosa e de personalidade forte que acredita com todas suas forças de que é especial, e o mais curioso é que o que faz ela impactante é justamente ela ser uma personagem muito real com muitas qualidades e, principalmente, defeitos. Já Laurie Metcalf traz uma personagem complexa e bem desenvolvida. Metcalf interpreta uma mãe que não consegue entender sua filha mas que ainda sim se preocupa absurdamente por ela. A atriz entrega uma performance forte e sincera conseguindo passar todos os sentimentos de sua personagem com apenas uma expressão. Ambas as atrizes trazem para as telas um dos mais interessantes e bonitos relacionamentos entre mãe e filha com brigas, embora fúteis às vezes, cheias de significado.

O longa foi indicado a 5 categorias do Oscar incluindo Melhor Filme e Melhor Direção 9 Greta Gerwig foi a 5ª mulher na história a receber indicação nessa categoria). Além disso, a obra até hoje conta com uma aprovação de 99% no rotten Tomatoes.

Honesto e humano, Lady Bird é um dos mais realistas e intimistas filmes que retratam o amadurecimento juvenil de uma maneira impecável, se tornando grandioso e impactante graças ao carinho e paixão envolvido pela direção e atuações maravilhosas.

Licorice Pizza: 

Foto: Divulgação Amazon Prime

O longa se passa nos anos 70 e acompanha a amizade e platônico romance entre o jovem empreendedor de 15 anos Gary Valentine (Cooper Hoffman) e da indecisa  e sem propósitos jovem de 25 anos Alana Kane (Alana Haim).

O filme traz uma homenagem clara aos anos 70, sendo vistos em sua ambientação, figurinos, cenários, paleta de cores e o próprio título que remete a uma famosa loja de Discos de Vinil, embora o filme não cite a loja nenhuma vez.

O roteiro é muito inteligente e divertido e desenvolve o romance entre os dois personagens de uma forma inocente, gradual e sincera, até pela grande diferença de idade entre os dois. Paul Thomas Anderson explora com perfeição a relação dos dois, que desde a primeira cena já tem uma química palpável. Através da amizade dos dois são explorados temas como o primeiro amor, o amadurecimento e a cumplicidade. 

E desde o começo do longa o diretor já traz uma das melhores cenas do longa em um plano sequência onde os dois personagens se conhecem, com diálogos rápidos, surpreendentes e muito interessantes que conseguem prender magneticamente a atenção dos telespectadores.

O diretor ainda tem a intenção de trazer uma nostalgia, já que o mesmo viveu a infância e adolescência na Califórnia durante os anos 70. Assim, no filme acompanhamos as aventuras dos dois personagens recortadas, quase como memórias, enquanto somos apresentados um pouco sobre o contexto da época.

A fotografia do filme também impecável traz uma perfeita imersão nos anos 70 com suas cores fortes e opacas e estampas marcantes.

Um dos grandes focos do filme são seus protagonistas de personalidades únicas e as exemplares atuações dos atores. O personagem de Cooper Hoffman, mesmo sendo menor de idade, age como um adulto, até na forma de se vestir, evidenciando sua pressa em crescer e já apresenta uma mentalidade muito ambiciosa e empreendedora. Gary se apaixona completamente desde o momento que vê Alana e o ator interpreta esses sentimentos perfeitamente.

Mas sem dúvidas o destaque do longa é Alana Haim. A atriz entrega uma complexa, única e interessante personagem e rouba qualquer cena que participa com suas excentricidades. Durante o longa Alana passa por diversos momentos de autoconhecimento e amadurecimento, mudando de profissões e estilos, o que torna a personagem ainda mais real e de fácil identificação. A personagem tem uma personalidade intensa que às vezes beira o imprevisível e traz uma das mais carismáticas performances dessa temporada do Oscar, mesmo, injustamente, não tendo sido indicada à categoria de melhor atriz.

Licorice Pizza é um belíssimo filme que homenageia os anos 70 e a antiga Hollywood e traz um criativo e interessante coming of age que sai dos chicles e do previsível mostrando uma inocente história de amor. 

Moonrise Kingdom:

Foto: Divulgação

O filme se passa na década de 60 em uma pequena ilha na Nova Inglaterra e conta a história de Sam (Jared Gilman) e Suzy (Kara Hayward), duas crianças que se apaixonam e resolvem fugir de casa, antes da chegada de uma tempestade que ameaça a região.

O filme é dirigido por Wes Anderson e co-roterizado por ele e Roman Coppola. Anderson pega uma história que a princípio parece simples e a transforma em um verdadeiro teatro grego, cheia de camadas e personagens cada vez mais excêntricos.

Comum do diretor, Moonrise Kingdom traz personagens muito interessantes, distintos e cheios de personalidade, que mesmo assim conseguem se manter humanos e cativar facilmente a empatia dos telespectadores. A começar por Suzy, que é uma menina curiosa, teimosa e muito determinada a fazer o que quer e gosta. A garota é muito inteligente, criativa e ardilosa que se sente muito deslocada em sua própria casa. Essa sensação é o que a une com Sam, um garoto órfão que também busca seu lugar no mundo. Ao contrário de Suzy, Sam é mais introvertido, orgulhoso e reservado, mas ainda sim se destaca no grupo de escoteiros o qual faz parte e vê na fuga com sua amada uma forma de se encontrar no mundo.

Além dos dois protagonistas o longa ainda conta com performances incríveis e marcantes de um elenco de muito peso composto por atores como Frances McDormand, Bill Murray, que já é um parceiro de longa data de Anderson, Edward Norton, Bruce Willis e Tilda Swinton. Cada um desses personagens é único e tem um dever muito específico na trama. McDormand e Murray interpretam os pais preocupados e infelizes de Suzy, Norton vive o trágico e imaturo chefe do grupo de escoteiros que Sam faz parte, Willis o xerife da ilha que tem um enorme coração, encarregado de resolver o caso das crianças e Swinton que traz uma verdadeira vilã como a responsável pelo serviço social, que está a procura de Sam Todos esses personagens são desenvolvidos de uma maneira muito interessante, servindo aos seus papéis, e atrapalhando o romance e a fuga das crianças.

A comédia traz a visão infantil de diversos acontecimentos e diverte graças às hilárias situações criadas pelas crianças e pela maneira como os diálogos são escritos, onde os jovens falam que nem adultos, de uma maneira muito formal. Além disso, traz uma inocente e bonita história de um amor juvenil, o qual Anderson retrata com uma enorme seriedade, sem fazer graça dos sentimentos das crianças.

Sobre a direção, o filme aposta em movimentos de câmera de travelling que viajam de maneira simétrica e linear beirando a perfeição – acompanhando os cenários alinhados também comuns da filmografia de Anderson – e planos sequências que deixam a obra ainda mais dinâmico e ajuda na imersão do espectador. Além disso, o longa ainda conta com uma impecável fotografia extremamente colorida que apenas ressalta o sentimento da juventude e faz referência à época em que ele se passa. E tudo isso complementado maravilhosamente pela trilha de Alexander Desplat que destaca ainda mais a narrativa.

Estranho e cativante, Moonrise Kingdom traz uma inocente e engraçada história de amor que promete entreter qualquer espectador com uma interessante aventura, trazendo uma melancolia doce e ainda sim divertida, o transportando para o universo colorido de Wes Anderson.

Por Carolina Genez com supervisão de Angela Luvisotto

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carolina.genez

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