Força-tarefa Lava Jato no Paraná devolve R$ 425 milhões aos cofres da Petrobras
A força-tarefa da Lava Jato devolveu à Petrobras nesta quinta-feira (25) cerca de 425 milhões de reais. A restituição do montante foi autorizada pela juíza Gabriela Hardt, da 13ª Vara Federal. Do total devolvido 313 milhões de reais fazem parte de uma parcela do acordo de leniência do grupo Technip, 44 milhões referem-se ao acordo com a Camargo Corrêa e 67 milhões são provenientes de renúncias voluntárias. Em cinco anos de Lava Jato, mais de R$3 bilhões já foram devolvidos à Petrobrás.
Sem citar o relacionamento com o atual ministro da Justiça Sergio Moro – juiz responsável pelas ações da Lava Jato em Curitiba até o ano passado -, o procurador da República Deltan Dallagnol defendeu a atuação coordenada das instituições para combater a corrupção.
O superintendente da Polícia Federal no Paraná, Luciano Flores, também esteve presente na cerimônia e comentou que a operação Lava Jato trouxe três virtudes, dentre elas, a participação de grandes empresas em licitações públicas sem qualquer interferência política.
O ministro da controladoria geral da União, Wagner de Campos Rosário, falou que as técnicas utilizadas de investigação utilizadas no Brasil são reconhecidas no país e no exterior. Ele ressaltou ainda que a partir da Lava Jato houve uma mudança de cultura dentro das empresas com o implemento de boas práticas de governança.
O único a fazer alguma menção às conversas reveladas pelo jornal The Intercept Brasil envolvendo integrantes do Ministério Público do Paraná foi o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco. Ele defendeu a equipe que integra a força-tarefa e afirmou que a Lava Jato salvou a Petrobras.
Além dos 425 milhões devolvidos ontem (25), a estatal petrolífera já recebeu outros 985 milhões de reais que são valores decorrentes de acordos de colaboração e de leniência celebrados por outras unidades do MPF no país. De acordo com o MPF no Paraná, a força-tarefa Lava Jato em Curitiba já ofereceu 101 acusações criminais contra 445 pessoas. Ao todo já foram proferidas 50 sentenças, com 159 réus condenados. Somadas, as punições chegam a 2.249 anos, 4 meses e 25 dias de prisão.
Reportagem: Thaissa Martiniuk