Fraudes na contratação de navios pela Petrobras são investigadas em nova fase da Lava Jato

 Fraudes na contratação de navios pela Petrobras são investigadas em nova fase da Lava Jato

Foto: divulgação/PF

Crimes de corrupção, evasão de divisas e lavagem de dinheiro na contratação de navios pela Petrobras são investigados na fase 75 da Operação Lava Jato. A Polícia Federal deve cumprir 25 mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro, São Paulo e em Sergipe.

Além disso, foram expedidas ordens para bloqueio de bens e contas bancárias. As medidas são decorrentes de acordo de colaboração premiada de lobistas que atuavam junto a funcionários da Petrobras e agentes políticos com influência na estatal. Segundo o Ministério Público Federal (MPF), os crimes foram cometidos em acordos da Petrobras com empresas do Grupo Seadrill e Sapura para o fornecimento de três navios lançadores de linha.

Ainda conforme o MPF, existem indícios de que a empresa Sapura contratou intermediários e operadores financeiros que, mediante o pagamento de propina, eram responsáveis por viabilizar a inclusão da empresa na licitação da Petrobras e ter acesso a informações privilegiadas de dentro da estatal. Ainda, com base nos extratos bancários de contas mantidas pelos investigados no exterior, foi identificado que, após receberem os pagamentos de propinas, os operadores financeiros transferiram parte dos valores a dois altos executivos da Sapura.

Além disso, a partir da análise de documentos apreendidos, foram identificadas suspeitas de que a atuação dos investigados tenha atingido outros contratos da Petrobras, também em favor do Grupo Seadrill. Paralelamente às investigações, foi descoberto, através de cooperação jurídica internacional, que autoridades holandesas também conduziam investigações crimes de corrupção no fornecimento dos navios. Procurada pela reportagem, a Petrobras afirmou que trabalha em colaboração com as autoridades.

A Sapura, por meio de nota, afirmou que não teve acesso ao teor das investigações e está à disposição das autoridades. A reportagem tenta contato com o Grupo Seadrill.

Nota da Petrobras na íntegra:

A Petrobras trabalha em estreita colaboração com as autoridades que conduzem a Operação Lava Jato. A companhia é reconhecida pelo próprio Ministério Público Federal e pelo Supremo Tribunal como vítima dos crimes desvendados. A Petrobras vem colaborando com as investigações desde 2014, e atua como coautora do Ministério Público Federal e da União em 18 ações de improbidade administrativa em andamento, além de ser assistente de acusação em 71 ações penais. Cabe salientar que a Petrobras já recebeu mais de R$ 4,6 bilhões, a título de ressarcimento, incluindo valores que foram repatriados da Suíça por autoridades públicas brasileiras.

Nota da Sapura na íntegra:

Após receber a informação de que teria sido citada durante as investigações da 75ª fase da operação Lava Jato, nomeada de “BOEMAN”, a Sapura se colocou à disposição.

Até o momento, porém, a empresa não teve acesso a maiores informações sobre o teor das investigações que deflagraram a operação e seguirá à disposição das autoridades para prestar os esclarecimentos que se fizerem necessários.

Reportagem: Leonardo Gomes

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