Funileiro que agrediu suspeitos de assalto deve cumprir medidas restritivas impostas pela Justiça
A defesa do homem preso por agredir dois suspeitos de assalto tenta amenizar as medidas restritivas impostas a ele. A partir de agora, Silvano Rogério Weber não pode se mudar de Curitiba sem avisar a Justiça, não pode sair da cidade por mais de oito dias sem comunicar o Poder Judiciário e não pode estar fora de casa após as 20 horas. No entanto, o homem, que trabalha como funileiro, sai de casa diariamente as 5 da manhã para o trabalho e só retorna as 21 horas. É o que explica o advogado dele, Dyogo Cardoso Mendes.
Silvano foi preso depois de ter agredido dois homens que teriam invadido a casa dele, na madrugada de ontem (06), no bairro Hauer, em Curitiba. A Polícia Civil afirma que Silvano se passou por policial militar e torturou a dupla. Fato negado pelo advogado. Os dois suspeitos de assalto também foram detidos, pois teriam tentado voltar à casa depois das agressões, quando foram flagrados pela polícia.
O delegado da Central de Flagrantes, Fábio Machado, considerou que não havia provas contra a dupla, mas que existiam fatos concretos contra Silvano. Por isso, ele ficou preso. Os dois suspeitos foram liberados. Silvano só foi solto depois de 12 horas, quando a Justiça determinou a liberdade. Com a repercussão do caso, a Adepol (Associação dos Delegados de Polícia) convocou uma coletiva de imprensa. O advogado da associação, Claudio Dalledone, disse considerar correta a conduta do delegado.
As medidas restritivas impostas a Silvano valem também para feriados e finais de semana. A investigação da Polícia Civil está em andamento e pode resultar em um processo de responsabilização e punição a Silvano. A liberdade provisória, concedida ontem (06) em audiência de custódia, foi com base no histórico do homem, que não tem passagens pela polícia. A juíza de plantão disse entender, também, que não há elementos que justifiquem a permanência dele na prisão neste momento.
Reportagem: Ricardo Pereira