‘Golpe do motoboy’ ganha versão PIX, mas o procedimento é o mesmo, dizem autoridades

 ‘Golpe do motoboy’ ganha versão PIX, mas o procedimento é o mesmo, dizem autoridades

Foto: Marcello Casal JrAgência Brasil

A criatividade dos estelionatários tem dado uma nova roupagem a um golpe que já é conhecido das autoridades: o chamado ‘golpe do motoboy’. A mecânica é sofisticada: uma pessoa liga para o telefone da vítima, se identifica como funcionário do banco e pergunta se ela está realizando uma compra ou uma transferência, geralmente de valor elevado. Como a vítima não reconhece a transação, o falso atendente recomenda que a pessoa ligue para a central do cartão, em um número que é repassado pelo próprio golpista.

A empresária, Irani Dizula, quase foi vítima do golpe. Ela diz ter tido a sorte de o número indicado pelos estelionatários não ter funcionado, quando tentou ligar para cancelar o cartão.

A empresária diz ter conseguido bloquear o cartão ligando de um outro telefone, para o número da central verdadeira do banco, obtido via internet. Ela somente percebeu que quase havia sido vítima de um golpe, quando foi avisada no dia seguinte pelo gerente do banco em que é correntista.

O delegado da Polícia Civil do Paraná, Emanoel David, diz que os bandidos preferem ligar para as vítimas no telefone fixo. Como o golpista que liga primeiro para a vítima simula encerrar o contato, mas não desliga o telefone, a vítima permanece conectada com o bandido, no momento em que ela tenta ligar para o banco, no número que é indicado pelos golpistas. Ele detalha como o golpe acontece a partir desse momento.

Nessa central de atendimento simulada, os estelionatários colocam até as gravações do atendente eletrônico idênticas ao canal de atendimento verdadeiro do banco. Quando consegue falar com uma pessoa, na verdade a vítima segue conversando com um estelionatário, de voz diferente. Após afirmar ter bloqueado o cartão, o atendente envia um motoboy à residência da vítima, para recolher o cartão bloqueado – uma comodidade, diz o golpista, para que o correntista não precise ir até a uma agência.

Com a popularização da transferência via PIX, os estelionatários têm usado essa modalidade de transferência bancária, nas tentativas de golpe. Se antes, o estelionatário ligava para a vítima, perguntando se ela estava realizando uma compra ou um saque no caixa eletrônico, agora ele pergunta se a pessoa está tentando realizar uma transferência via PIX. A mudança dá nova roupagem ao procedimento, mas o golpe é o mesmo. A coordenadora do Procon-PR, Cláudia Silvano, alerta que não é uma prática comum dos bancos ligar para os clientes pedindo a autorização para liberar essas transações.

Ela orienta que ao receber uma chamada dessa natureza, a pessoa desligue o telefone na mesma hora.

Na dúvida, a orientação é que a pessoa procure pessoalmente a agência bancária, ou que faça uma chamada para o número oficial do banco, de um telefone diferente do qual recebeu a primeira chamada.

Reportagem: David Musso

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