Greve começa mas decisão sobre o futuro do movimento é adiada
Ficou para amanhã (26) a decisão sobre a continuidade ou não da greve dos servidores estaduais. Uma nova reunião com as centrais sindicais está marcada para começar por volta das 9 horas desta quarta, e até lá a paralisação está mantida. A suspensão do movimento passou a ser cogitada depois de um encontro entre representantes do funcionalismo e do governo ontem (24) à noite. Na ocasião, a Administração Estadual pediu mais prazo para apresentar um estudo de reposição salarial aos trabalhadores.
De acordo com Marlei Fernandes de Oliveira, coordenadora do Fórum das Entidades Sindicais, a ideia é conseguir uma reunião diretamente com o governador Ratinho Junior.
De acordo com a APP Sindicato, que representa os professores, cerca de 80% das escolas da rede pública estadual são afetadas parcial ou totalmente. Já de acordo com o balanço do governo do estado, no período da manhã, a Secretaria da Educação registrou adesão total à paralisação em 2,4% das 2.143 escolas estaduais e adesão parcial à paralisação em 27% das instituições. A paralisação nas universidades públicas do Paraná está prevista para amanhã e a expectativa do Comando de Greve é que mais categorias se juntem ao movimento.
Ainda conforme os sindicatos que representam as categorias do serviço público estadual, o congelamento dos salários vem reduzindo sensivelmente o poder aquisitivo e a qualidade de vida dos trabalhadores. De 2015, quando o último aumento foi dado pelo governo, até hoje, segundo o Dieese, a conta de água e esgoto subiu 30%, enquanto o gás de cozinha saltou 22,4% e, a gasolina, 15%.
Por ora, apenas as classes da Polícia Civil decidiram suspender a paralisação. Ao todo, 11 entidades sindicais participaram do encontro de ontem na Casa Civil.
Em nota, a Administração Estadual afirma que é preciso manter o diálogo para que as partes se entendam e que, por isso, “o Governo do Paraná reafirma a intenção de manter o debate pleno com os servidores estaduais para que sejam encontradas, de maneira conjunta, soluções para as questões que envolvem aumento da despesa com a folha de pagamento do funcionalismo”.
O documento diz também que um levantamento das contas públicas já foi apresentado ao Fórum das Entidades Sindicais e que a negociação segue aberta para que se chegue a um consenso. O comunicado esclarece ainda que “a equipe do governo está trabalhando com o objetivo de encontrar um caminho de equilíbrio, (…) e não acredita que qualquer medida extrema seja o caminho a ser seguido por parte das lideranças sindicais” .
Reportagem: Ana Flavia Silva