Homem suspeito de atuar ilegalmente em pronto-socorro é solto
O marido da médica não possui cadastro no CRM, mas atendia pacientes durante os plantões
Está solto o casal de médicos, que foi preso suspeito de atuar de forma ilegal no pronto-socorro de Santo Antônio da Platina, no norte do Paraná. Uma fiança de R$ 10 mil, para cada um deles, foi determinada para a soltura, mas a defesa recorreu e a Justiça do Paraná concedeu liberdade provisória. O homem foi liberado após o pagamento e a mulher foi solta, mesmo sem pagar. Porém, ela deve quitar o valor até às 23h59 desta segunda-feira (16), se não volta a ser detida.
A decisão da Justiça determinou que ela retornasse ao trabalho normalmente e que não fosse suspenso o CRM, porque não há, além do caso investigado, outras informações de negligência a respeito dela.
Segundo as investigações, a médica do pronto-socorro permitia que o marido, que não tem cadastro no CRM, atendesse pacientes durante os plantões dela. Ele prescrevia as receitas para, depois, a esposa assinar. Ambos respondem como coautores pelo exercício ilegal da medicina e falsidade ideológica. A penalidade é de 4 anos.
Eles foram presos em flagrante durante o cumprimento de mandado de busca e apreensão na Unidade de Saúde. Durante a ação, foram apreendidos prontuários médicos, celulares e imagens das câmeras de segurança do local. Nos prontuários, há informações sobre a pressão e a temperatura dos pacientes, os sintomas, além da prescrição de medicamentos e pedidos de exames.
A médica Priscila Tamíli Bichára, de 30 anos, tem registro no Conselho Regional de Medicina (CRM). Já o marido dela, João Augusto Aboím Inglês de Melo, de 29 anos, disse à polícia ser formado em medicina no Paraguai, mas não possui o registro de atuação no Brasil para exercer a profissão.
Três pacientes, ouvidos pela Polícia Civil do Paraná, confirmaram as informações. Eles relataram que foram atendidos pelo homem, que prescreveu remédios. Mas na assinatura e carimbo, estava o nome da Priscila.
A reportagem da BandNews FM Curitiba tentou contato com o advogado do casal e com a Prefeitura e Secretaria de Saúde de Santo Antônio da Platina, mas não teve retorno.