O caso do rapaz que matou a namorada e depois tentou se matar dentro de um shopping na região metropolitana de Curitiba reacende a discussão sobre crimes passionais, aqueles que acontecem por ciúmes ou outras questões ligadas a relacionamentos afetivos.

Pelos menos outros dois casos ganharam repercussão nesse ano no Paraná. No dia 11 de setembro o tio de uma jovem de 21 anos assassinou a garota com várias facadas e arrancou os seios dela, em Cerro Azul, na região de Curitiba. Em abril um policial civil algemou e matou na namorada na calçada de uma rua no Alto da XV.

O sentimento de posse é um dos principais fatores que gera esse tipo de caso. Mas não é o único. Patologias instaladas na personalidade da pessoa, surtos psicóticos e outros fatores podem influenciar esse tipo de comportamento. Segundo a psicóloga do Conselho Regional de Psicologia, Ellen Lamberg Carneiro, dentro de um relacionamento, as pessoas dão indicações se tem ou não sentimento de posse excessivo pelo outro.

 

Falta de desenvolvimento pessoal, inconformismo em ser deixado e narcisismo também são fatores que influenciam esse  tipo de crime. Além disso, o estado passional também é considerado um traço de personalidade das pessoas.

 

A polícia civil não tem dados claros sobre a quantidade crimes passionais que ocorrem no Estado. A alegação é de não há um filtro nos boletins de ocorrência para identificar esse tipo de crime.

Um levantamento feito pelo jornal Metro em agosto desse ano mostra que nos três primeiros meses desse ano o Paraná registrou 44 homicídios classificados como crimes passionais.  Entre as vítimas mais da metade eram homens: 27 contra 17 mulheres.

Em compensação um estudo divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostra que o Paraná tem índice de morte de mulheres maior que a média nacional. Enquanto no Brasil a taxa de feminicídios é de 5,82 para cada 100 mil habitantes, no Paraná é de 6,49.

Segundo a delegada titular da delegacia da mulher, Daniela Correia Antunes, qualquer ameaça deve ser denunciada para evitar que os casos cheguem em pontos mais graves.

 

Em 2013, foram registrados no Paraná 12.453 boletins de ocorrência envolvendo situações de violência contra a mulher — 31 denúncias por dia. No ano anterior foram 11.240 ocorrências.