Indústria de transformação perde 4.313 postos de trabalho com carteira assinada em 12 meses no Paraná
A indústria de transformação do Paraná fechou cerca de 4,3 mil vagas formais de trabalho, em um ano, conforme o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, o Caged, divulgado pelo Ministério da Economia nesta quarta-feira (25).
O levantamento mais recente considera o número de postos de trabalho, com carteira assinada, criados no mês passado (agosto). Em 12 meses, a indústria de transformação do Paraná contratou mais de 239 mil pessoas. No entanto, na comparação com agosto do ano passado, cerca de 243 mil e 500 trabalhadores foram demitidos.
O setor que mais perdeu postos formais foi a indústria da madeira e do mobiliário, com recuo de 3,5%. Em um ano, no Paraná, foram cerca de 25,5 mil admissões, mas pelo menos 28 mil e 200 desligamentos. Isso representa mais de dois mil e 500 postos de trabalho formais fechados, no estado, na comparação com agosto do ano passado. A indústria de calçados do Paraná recuou 4,5%, em 12 meses, e perdeu 146 vagas com carteira assinada.
Conforme uma sondagem da Deloitte, em parceria com a Revista Exame, a paranaense Prime Control, do segmento de Serviços de Tecnologia da Informação, foi a segunda pequena e média empresa que mais cresceu no Brasil, no ano passado. Desde 2016, ela acumula taxa de crescimento médio anual de pouco mais de 198% da receita líquida.
O fundador e CEO da empresa, Everton Arantes, conta que os números mais recentes escondem as incertezas que fizeram os empreendedores sofrerem nos últimos anos.
No ano passado, o faturamento líquido da empresa de TI passou dos 14 milhões e 800 mil reais. Foi a companhia que mais cresceu entre as empresas de pequeno e médio porte, no sul do país. O economista e gerente da área de pesquisa da Deloitte, Giovanni Cordeiro, ressalta que essas empresas têm em comum a preocupação no investimento em pessoas e inovação.
Ainda segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Ministério da Economia, a agropecuária paranaense fechou mais de mil e 400 postos de trabalho formais, desde agosto de 2018. Apesar do desempenho ruim da indústria e da agropecuária do Paraná, na comparação com agosto do ano passado, o Caged indica que, em doze meses, o estado criou mais de 44,7 mil vagas de emprego com carteira assinada.
O governador Ratinho Junior avalia que o resultado é uma combinação do ânimo do empresariado com os investimentos abertos no Paraná.
Quem puxou a abertura de postos formais no Paraná, desde agosto de 2018, foi o setor de serviços, com cerca de 31 mil contratações. Além disso, apenas na construção civil, em um ano, a variação foi positiva de mais de 5,5%, no estado, entre admissões e desligamentos.
O Secretário de Justiça, Família e Trabalho, Ney Leprevost, avalia que, um dos principais desafios, é a qualificação da mão de obra.
Ainda conforme a apuração do Caged, nos últimos doze meses, o comércio do Paraná acumula mais de doze mil postos de trabalho abertos com carteira assinada. No entanto, o levantamento indica que, observado o ritmo somente a partir de janeiro, o saldo fica em cerca de 2,8 mil vagas criadas no comércio.
A economista do Departamento do Trabalho do governo do estado, Suelen Glinsk, entende que a oscilação é consequência do movimento sazonal do varejo.
Aqui em Curitiba, o mês passado (agosto) terminou com a abertura de pouco mais de dois mil postos de trabalho com carteira assinada. Desde janeiro, entre admissões e desligamentos, o Caged indica que foram criados cerca de 17 mil e 600 empregos formais na capital paranaense. Em doze meses, a variação fica em torno de 3%, com mais de 20,7 mil contratações em Curitiba.
Reportagem: Cleverson Bravo