Inquérito que cita Temer deu origem à 51ª fase da Lava Jato

 Inquérito que cita Temer deu origem à 51ª fase da Lava Jato

(Foto: Narley Resende/BandNews Curitiba)

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Um inquérito em que o presidente Michel Temer é citado, e que investiga a “compra do PMDB” por 40 milhões de dólares, é parte da ação que deu origem à fase de número 51 da Operação Lava Jato. Um dos fatos que integram a operação é a delação do ex-executivo da Odebrecht Márcio Faria, já homologada pelo Supremo Tribunal Federal.

Ele afirmou em depoimento no ano passado que participou, em 2010, de uma reunião comandada por Temer, em que participaram os então deputados Eduardo Cunha e Henrique Eduardo Alves. Essa parte do inquérito ainda está em sigilo, nas mãos da Procuradoria-Geral da República, por tratar de políticos com foro privilegiado.

Segundo o procurador Roberson Pozzobon, da Força-Tarefa Lava Jato, a outra parte do processo, que trata do esquema de lavagem de dinheiro, envolvendo operadoras, doleiros e agentes da Petrobras foi remetida a Curitiba.

A ação como um todo investiga propina de cerca de 200 milhões de reais com origem em um contrato, celebrado com a Odebrecht, de 825 milhões de dólares para prestação de serviços de segurança, meio ambiente e saúde na área Internacional da Petrobras.

Essa fase da operação, chamada de Deja Vu, mira executivos da Petrobras que já foram condenados no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro por fraude em licitação. O TJ encaminhou o processo para a Procuradoria-Geral da República, que remeteu parte da ação à Força-Tarefa Lava Jato.

A Lava Jato, por sua vez, por ter acesso ao sistema de contabilidade paralela da Odebrecht e ter firmado acordo com o Ministério Público da Suíça, pôde identificar o esquema de lavagem de dinheiro, envolvendo operadores.

Entre os alvos está Ângelo Lauria, suspeito de operar propina para políticos do PMDB, que foi preso temporariamente hoje (08). Lauria é um dos sócios da Rodopetro, distribuidora de petróleo. Ele seria sócio do lobista João Augusto Henriques e de Felipe Diniz, filho do deputado Fernando Diniz, do PMDB de Minas Gerais, morto em 2009.

Na planilha da Odebrecht, Lauria tinha o apelido de “meia branca” e “voz”. O engenheiro da Shain Sérgio Boccaleti também foi preso temporariamente. O mandado tem prazo de cinco dias, podendo ser prorrogado por mais cindo, ou convertido em preventiva. Entre os alvos de prisão preventiva, sem prazo para terminar, está o engenheiro Mario Miranda, que seria operador financeiro, e está em Portugal.

Ele ainda não foi preso. O MPF acionou a Interpol para notificar Miranda. Os outros presos preventivamente são o técnico de inspeção de esquipamentos, que já trabalhou na Transpetro e foi transferido para a Petrobras, Ulisses Sobral Calile; o ex-funcionário da Petrobras Rodrigo Pinaud; e o engenheiro, ex-gerente-geral da área Internacional de Petrobrás Aluísio Teles, apelidado na planilha da Odebrecht como “Acelerado”.

Ambos, segundo o MPF, controlavam contas no exterior abastecidas com propina. Essa fatia da investigação permitiu, por colaboração com o Ministério Público suíço, o bloqueio de sete milhões de dólares de Mário Miranda; seis milhões e duzentos mil de Aluízio Teles; três milhões de Ulisses Sobral; e três milhões e cem mil de Sérgio Bocalletti. Todos os valores estavam em contas na Suíça.

O juiz Sérgio Moro determinou o bloqueio de até R$ 90 milhões das contas de seis investigados na nova fase da operação Lava Jato deflagrada nesta terça-feira (8). A fase de número 51 investiga propina de 200 milhões de reais pagas entre os anos de 2010 e 2012.

O Ministério Público Federal afirma que há provas de repasses de aproximadamente US$ 25 milhões a ex-funcionários da Petrobras e de cerca de US$ 31 milhões para agentes que se apresentavam como intermediários de políticos vinculados ao MDB e ao PT.

As vantagens indevidas estão relacionadas a um contrato fraudulento de mais de US$ 825 milhões firmado em 2010 pela Petrobras com a construtora Odebrecht.  O MDB afirmou, em nota, que “desconhece detalhes da operação, mas reitera a necessidade de investigação célere em relação aos acusados”. Em nota, o PT disse que “mais uma vez a Lava Jato lança acusações irresponsáveis e sem provas contra o Partido dos Trabalhadores” e que isso foi feito a partir de mentiras negociadas com criminosos em troca de benefícios fiscais e penais.

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