Juíza nega pedido da defesa para que Lula fosse interrogado novamente em ação do Instituto Lula
A juíza substituta da 13ª Vara Federal, Gabriela Hardt, negou pedido da defesa do ex-presidente Lula para que ele fosse interrogado novamente na ação penal que investiga se o petista recebeu propinas da Odebrecht para a compra de um terreno onde seria instalada a sede do Instituto Lula. Os advogados argumentaram em petição que, com a saída do juiz Sérgio Moro, o novo depoimento seria fundamental para o exercício do contraditório. Lula foi interrogado por Moro nesta ação penal em setembro do ano passado.
Na decisão, Gabriela Hardt disse que não existe razão na argumentação dos defensores e que não há motivos para se falar em qualquer afronta ao ordenamento jurídico. No documento, a juíza ainda explicou que “os depoimentos das testemunhas e dos acusados foram todos gravados em mídia audiovisual e estão à disposição do Juízo e que deve analisá-los oportunamente, antes do anúncio da sentença”. O processo está em fase final, já que as alegações do Ministério Público Federal, assistência de acusação e defesas já foram apresentadas.
Os procuradores da Força-Tarefa da Operação Lava Jato pedem a condenação de Lula por nove atos de corrupção passiva e por sete atos de lavagem de dinheiro. Além disso, o MPF pede a condenação do advogado Roberto Teixeira, do ex-ministro Antonio Palocci, do empresário Marcelo Odebrecht e de outras quatro pessoas. Em alegações finais, a força-tarefa também solicita que o imóvel em São Paulo seja confiscado pela justiça e que seja feito um pagamento de R$ 75 milhões pelos réus, que segundo as investigações, é o valor correspondente ao total da porcentagem da propina paga pelo Grupo Odebrecht.
Já a defesa do ex-presidente Lula afirma que o petista foi submetido a um ‘julgamento de exceção’, ‘foi tratado como culpado desde a fase pré-processual’ e teve a defesa cerceada. O ex-presidente ainda pede para ser absolvido ‘por insuficiência de provas para condenação’.
Reportagem: Thaissa Martiniuk