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Mirian Gasparin

Momento exige cautela e é preciso encontrar soluções para que os negócios continuem lucrativos

 Juros e inflação em alta desafiam executivos financeiros

Foto: Divulgação

Os dois últimos anos foram os períodos mais difíceis e complicados para os profissionais que atuam na área financeira das empresas. Com a pandemia, seguida dos problemas globais decorrentes da guerra entre Rússia e Ucrânia, o papel dos executivos financeiros deixou de ser simplesmente operacional, passando para o campo estratégico, sem contar as pressões que estão sofrendo no dia a dia das empresas.

Eu conversei com o presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças do Paraná, Ricardo Pereira, e ele me disse que a geração atual de executivos jamais imaginou que passaria por problemas tão sérios, com tantos desafios, e teve que se reinventar. Segundo o executivo, este período de pandemia está sendo ainda mais difícil para as empresas brasileiras do que os anos de hiperinflação e dos diversos planos econômicos adotados pelos governantes brasileiros.

O presidente do Ibef do Paraná lembra que no início da pandemia, diante do desconhecido, os bancos reduziram os empréstimos, os consumidores isolados em casa deixaram de comprar e, sem dinheiro em caixa, muitas empresas fecharam suas portas. Passado o susto da pandemia, e quando tudo indicava uma recuperação econômica, os executivos de finanças passaram então a enfrentar as consequências da guerra entre Rússia e Ucrânia. Hoje, a inflação não se restringe apenas ao Brasil, mas é global. Os juros estão subindo e a grande indagação no meio financeiro, na avaliação de Ricardo Pereira, é qual será a intensidade da desaceleração econômica.

O presidente do Ibef me disse que o mercado está muito preocupado com o futuro. Ele explica que embora as taxas de emprego estejam em recuperação e a dívida pública sob controle, o Brasil registra a maior taxa de juro do mundo, associada a um índice inflacionário anual acima de 7%. Ricardo Pereira destaca que juros e inflação em alta prejudicam as empresas, reduzem o consumo e impactam os novos investimentos.

De acordo com o presidente do Ibef do Paraná, estamos vivendo um período muito difícil e o momento requer cautela. Na avaliação de Ricardo, o momento requer um novo olhar para o caixa das empresas e mais atenção às variáveis que impactam a liquidez. Também é preciso reduzir as necessidades de capital de giro. O executivo ressalta que em momentos de inflação alta, as empresas não conseguem repassar os custos para os preços dos produtos sob pena de deixarem de vender e, com isso, as margens de lucro estão cada vez menores.

Ainda com relação a lucro, o presidente do Ibef do Paraná alerta que com exceção das empresas exportadoras, os demais negócios estão com lucro bem menor do que seis meses atrás.

Confia abaixo a coluna completa em áudio:

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