A justiça recebeu a denúncia contra o motorista que atropelou uma criança de três anos, no fim do mês passado (outubro), no Sítio Cercado. O menino chegou a ser socorrido, mas não resistiu aos ferimentos e morreu. O motorista Bruno Alisson Ventura, de 24 anos, se tornou réu pelos crimes de homicídio e por dirigir sem carteira de habilitação.

Na decisão, o juiz Daniel Surdi de Avelar ainda manteve a prisão preventiva do acusado. O caso foi remetido ao Tribunal do Júri de Curitiba, depois que a 2ª Vara de Delitos de Trânsito declinou da competência, na semana passada. O juiz Lourenço Cristovão Chemim avaliou que o caso continha elementos que caracterizavam o crime como doloso contra a vida, pois o acusado tinha assumido o risco de produzir o resultado.

O advogado Jeffrey Chiquini, que representa a família do menino, chamou a decisão da justiça de ‘acertada’ e acredita que o réu deve ser julgado pela sociedade.

O advogado ainda conta que a família contratou um assistente técnico para analisar a cena do crime. De acordo com o laudo, ficou constatado que o acusado estava acima da velocidade e dirigia na contramão no momento do acidente.

Desta forma, para o advogado, o réu assumiu o risco de atropelar a criança.

No momento da ocorrência, a criança estava em um mercado, com uma vizinha. Imagens de uma câmera de segurança mostram que, na saída do estabelecimento, o menino correu em direção à rua, desacompanhado, quando foi atingido. O condutor acabou cercado por populares.

Além de dirigir sem carteira, ele transitava na contramão, em local de grande movimento e concentração de crianças. O motorista ainda estava sob efeito de álcool. A defesa agora tem dez dias para responder à acusação por escrito.

O advogado Abner Fugaça, que representa o réu, preferiu não gravar entrevista, mas, por meio de nota, afirmou que o recebimento da denúncia faz parte do curso natural do processo e disse que os detalhes da defesa serão apresentados no processo. O réu responde por homicídio doloso e se condenado pelo tribunal do júri pode pegar de 6 a 20 anos de prisão.

Reportagem: Thaissa Martiniuk / Cleverson Bravo / Lenise Klenk