Condenado a quatro anos de prisão no caso Banestado, Youssef deve recorrer da decisão na semana que vem
A defesa do doleiro Alberto Youssef, que foi condenado a quatro anos de prisão por causa de um esquema de fraude no antigo banco Banestado, vai recorrer da decisão só na próxima semana. Isso porque o advogado dele, Antônio Figueiredo Basto, ainda não teve acesso à sentença, que foi dada ontem (quarta) pela Justiça Federal. Na decisão, o juiz Sérgio Moro reabriu o processo de 1998, que tinha sido arquivado após um acordo de delação premiada, por Youssef ter sido citado agora na Operação Lava Jato. Segundo Figueiredo Basto, o juiz se equivocou ao divulgar a decisão primeiro para a imprensa, e não ao doleiro.
De acordo com o Ministério Público Federal, Youssef ajudou uma empresa de veículos a conseguir um financiamento de um milhão e meio de dólares junto ao Banestado. Para isso, ele pagou uma propina de 131 mil dólares ao operador internacional do banco. O doleiro foi condenado por corrupção ativa. Ele também havia sido denunciado por gestão fraudulenta, mas acabou absolvido desse crime. Para o advogado, o cliente foi vítima da direção do Banestado.
Esta é a segunda condenação de Youssef em relação ao caso Banestado, segundo a Justiça Federal. Em 2004, ele foi condenado a sete anos de prisão em regime semiaberto por crimes contra a ordem tributária, evasão de divisas e formação de quadrilha. Com a delação, no entanto, o doleiro cumpriu um ano da pena e depois progrediu de regime. Ainda conforme a Justiça, o acordo firmado na época previa a suspensão de todos os processos envolvendo o banco, desde que Youssef não voltasse a praticar crimes.